Dentre uma conversa e outra, há uma constatação. Este ano está um tanto quanto pesado. Mesmo que, pessoalmente, a vida esteja uma maravilha, basta um pouco de empatia para reparar que ao nosso redor, há sofrimento. Esteja ele longe ou bem perto de nós.
Na Palestina, Israel e Hamas continuam a contabilizar mísseis, bombas e mortos. Rússia e Ucrânia perigosamente avançam para uma escala de guerra de tamanho e consequências incalculáveis. O mundo assiste ao dilema das eleições venezuelanas, o qual reflete diretamente naquele povo já sofrido. E como não lembrar da catástrofe climática que destruiu boa parte do RS? Para milhares de famílias, a vida ainda não voltou ao normal. Um acidente aéreo de grandes proporções, como aconteceu em Vinhedo, SP, junta-se às dores coletivas de 2024.
Mas há dores e dilemas que não aparecem em jornais. Estas, nem todos sabem. Mas pesam ainda mais. A perda de um emprego. O diagnóstico de uma doença. Um amor terminado. Uma crise financeira. A perda de alguém que fará muita falta. Fardos como estes marcam épocas. E tornam os dias mais difíceis.
Em meio a todo este cenário, o sentimento de abandono e solidão podem parecer comuns. Até mesmo em relação ao Senhor Deus. A lógica tão traiçoeira é de que, se tudo vai bem, Deus conosco está. Mas se as dores bateram à nossa porta, Deus virou as costas. Há um versículo em especial que pulveriza por completo esta crendice barata que não traz conforto algum para as consciências atribuladas. Refiro-me ao Salmo 46.1, que diz: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”.
Deus habita também no mundo das dores. Ele não falta em épocas que serão marcadas por lágrimas. Para mostrar sua presença, ele pode agir através de seus instrumentos. Uma amiga que abraça. Uma mensagem que conforta. Uma visita que traz alento. Mas é através da sua Palavra que este Deus de amor cuida do seu povo em dias de aflição. Por isto, leia a Palavra. Vá ao culto da sua congregação. Procure uma igreja cristã. Na sua Palavra e na sua ceia, Deus mergulha em nosso pequeno mundo pessoal – seja ele um mundo tranquilo e confortável, seja ele um mundo aos cacos. Com seu perdão, reconstrói. Com seu amor, conforta. Com seu poder, nos mantém firmes para o grande dia da salvação.
Esta não é mais uma mensagem comum que está na gaveta dos motivacionais. Esta mensagem tem por coração a cruz. Na cruz, Jesus mergulhou no pior sofrimento. Bebeu da ira do Senhor em nosso lugar. Assim, o Ressuscitado garante perdão ao que nele crê. E a sua promessa, antes de subir aos céus foi: “estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28.20). Todos os dias. Inclusive, nos dias pesados.
Então, fica a dica: procure a Palavra de Deus. Vá ao culto da sua congregação. Ali Deus nos servirá com sua Palavra e sua ceia. Momentos assim são como ilhas de refúgio e de fortaleza em meio às nossas dores. E lembre-se: ele não falta, nem sequer nos dias de aflição.