Há pessoas que estão tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe. Não falo aqui da indiferença nos relacionamentos. Nem mesmo de jogar-se na tela do celular e esquecer de quem está ao lado. Falo de estar tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe do Senhor Deus.
Na verdade, esta é uma constatação desde os tempos bíblicos. Através do profeta Isaías, Deus alertou: “Este povo se aproxima de mim e com sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe mim” (Is 25.13). Jesus, indignado com a hipocrisia de algumas pessoas, sublinhou o que o profeta Isaías havia dito: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe mim” (Mc 7.6).
Estavam tão perto do Senhor. Tinham contato com rituais de adoração. Eram, até mesmo, extremamente rigorosos no cumprimento de tradições e costumes. Mas o coração… ah, o coração. Este estava longe do Senhor. Ao invés de confiar na Palavra e no poder do Senhor, confiavam em seus próprios rituais – que, na verdade, eram vazios em si mesmos. Ao invés de tornar a Palavra do Senhor o centro de sua vida, do seu ensino e da sua adoração, eles a deixavam de lado. Tão perto, tão próximos. Mas ao mesmo tempo tão distantes, tão longe do Senhor.
Sábio é aprender com o erro dos outros. Por isso, um alerta é necessário. Não tenhamos o nome do Senhor apenas nas mãos ou nos lábios. Não vivamos uma religiosidade vazia, apenas de repetições e costumes. Não vejamos uma igreja cristã como uma mera prestadora de serviços religiosos. O Senhor quer nosso coração. Biblicamente, o coração não é apenas um músculo que bombeia sangue. Coração é o centro do nosso ser, o centro de nossa sabedoria, inteligência, razão e emoção.
É neste coração que Jesus quer habitar. E transformar. Culpas em perdão. Ansiedades em calmaria. Vazio em paz. Lágrimas em consolo. Perdas em esperança. Morte em vida sem fim. Tudo isso e muito mais se dá através do ouvir, do meditar e do alimentar-se na Palavra. Quando a Palavra é o centro da adoração, da vida e do coração, aí sim, ali Cristo está presente.
Então fica a dica: não estejamos tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe do Senhor. Este alerta precisa ser dado. Que o nome de Jesus não esteja apenas em nossos lábios ou em nossas mãos, mas em nosso coração. Felizes são os que têm Cristo como centro de culto, adoração e vida.