O Brasil está ardendo em fogo. Até agora, cerca de 12 milhões de hectares já foram destruídos pelas queimadas. Especialistas no assunto afirmam que estas queimadas de proporções históricas são uma combinação de fatores, tais como temperaturas elevadas, baixa umidade do ar e ação humana.
E, a respeito dessa ação humana, cabe aqui uma pequena reflexão. Não apenas de uma pequena labareda que pode destruir hectares, mas de um pequeno órgão muscular que temos em nossa boca e que é capaz de destruir vidas, histórias e relacionamentos. Falo da língua. Que, sim, é considerado um órgão do sistema digestório e que é usado para a fala.
O texto bíblico de Tiago, capítulo 3, nos traz esta verdade com as seguintes palavras: “É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama! A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim”.
Quanta destruição a língua pode causar, não é mesmo? Falas imprudentes e impensadas têm o poder de arruinar uma amizade, um amor, uma família inteira, a comunhão entre irmãos na fé. Triste é ler e ouvir palavras que querem apenas incendiar, destruir, arruinar. Palavras assim revelam, na verdade, o que há em seu íntimo. Rancor. Ódio. Inveja. Falta de sabedoria. Dureza de coração.
A cura para um falar sem sabedoria não passa por um processo cirúrgico na língua. Mas, sim, no coração. Afinal, Jesus nos disse: “a boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12.34). É preciso consertar o coração. Não com bisturis ou pontes de safena, mas criando um “coração novo” (Ez 36.26). E isso é ação do Espírito Santo. O tratamento passa pelo arrependimento, perdão dos pecados e uma nova forma de pensar a vida – e uma nova administração do pensar, falar e agir. Todo esse processo é algo contínuo na fé cristã.
Então fica a dica: não use suas palavras para incendiar e destruir. Use seu falar para consolar, orientar e testemunhar sua fé em Cristo. Lembre-se: a boca fala do que o coração está cheio.