Em nossos relacionamentos, existe uma zona de conforto. É aquele círculo de amizades com pessoas legais, divertidas e alegres. São as pessoas que convidamos para um churrasco, para irmos juntos à pizzaria, para dividirmos a casa na praia. Esta nossa zona de conforto é repleta de gente querida e bonita. Pessoas assim são grandes bênçãos de Deus para alegrar a vida.
Mas, como toda zona de conforto, este cômodo universo de pessoas legais e divertidas oferece um risco. O risco de acomodar-se e esquecer do que Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos’. Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês” (Mt 5.43-44). É preciso ir além da zona de conforto. É preciso ir além do amar apenas os que nos amam.
O desafio de amar os inimigos mexe com a gente. Nos faz sentir desconfortáveis dentro da zona de conforto. Nos faz olhar com um jeito diferente para aquela pessoa que é desagradável, que quebrou nossa confiança, que nos ofendeu. No que depender do nosso coração, a zona de conforto continuará. E nós continuaremos a amar somente os que nos amam.
Mas aí entra um grande amor que desarma, que acalma, que perdoa, que reconfigura o nosso pensar. É o amor do próprio Jesus! Ele permite que o sol brilhe sobre bons e maus! Ele permite que a chuva seja uma bênção para bons e maus! Ele ama a todos. Ele nos amou, nos salvou, e nos transformou de inimigos em amigos de Deus. E, pode ter certeza, quando este amor age no coração, a zona de conforto fica desconfortável.
Então fica a dica: Jesus nos convida a sair da zona de conforto e da obviedade de amar apenas amigos. Inimigos precisam ser amados. Relacionamentos destruídos precisam ser reconstruídos. É possível ser diferente. É possível pensar diferente. É possível amar além dos limites da zona de conforto. Afinal, “nós amamos porque Deus nos amou primeiro” (1Jo 4.19). E aí, está se sentindo desconfortável na zona de conforto? Ótimo! Este é o começo. Invista amor em suas inimizades. Claro, sem esquecer dos bons amigos que alegram a vida.