Fotos: Thiago Sazana/Seminário Concórdia
O Seminário Concórdia e a Faculdade Luterana Concórdia deram início às atividades acadêmicas de 2025 com um culto solene e a instalação do novo professor de Teologia Sistemática e Prática, prof. dr. Samuel Reduss Fuhrmann. A cerimônia, realizada no dia 23 de fevereiro, sob o lema “Em Jesus habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9), marcou o início de um novo capítulo para a instituição.





O culto, que contou com a liturgia do prof. Anselmo Graff e a mensagem do diretor, dr. Gerson Linden, teve como ponto alto a instalação do prof. dr. Samuel Reduss Fuhrmann, realizada pelo vice-presidente de Ensino, pastor Joel Müller. Casado com Vivian Astrid Malaszkiewicz Fuhrmann e pai de Livia e Larissa, o novo professor chega para somar ao corpo docente da instituição.


A música do culto ficou a cargo do maestro prof. dr. Raul Blum, acompanhado por alunos do Seminário, que abrilhantaram a cerimônia com diversos instrumentos musicais. A Diretoria Nacional da IELB esteve representada pelos vice-presidentes de Ensino, Joel Müller, e de Expansão Missionária, Heder Pieper Gumz, acompanhado de sua esposa Ludymila.



O Seminário Concórdia e a Faculdade Luterana Concórdia receberam 25 novos alunos para o curso de Teologia em 2025, provenientes de diversas partes do Brasil. Entre os novos estudantes, nove são casados.
Assista à transmissão em https://ielb.info/anoletivo25.





Confira a mensagem proferida pelo diretor, dr. Gerson Linden:
Colossenses 2.9
“Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”
Culto de abertura do Ano Letivo
Seminário Concórdia e Faculdade Luterana Concórdia
23 de fevereiro de 2025
Rev. Prof. Dr. Gerson Luis Linden
Diretor do Seminário Concórdia e da Faculdade Luterana Concórdia
São Leopoldo, RS
Em nome de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nosso Salvador. Amém.
Estimados em Cristo.
O lema da Igreja Evangélica Luterana do Brasil para 2025, baseado em Colossenses 2.7, é: “Firmados no ensino que recebemos”. Estamos iniciando o ano letivo de duas instituições de ensino – o Seminário Concórdia, que forma os pastores da IELB e a Faculdade Luterana Concórdia, que forma teólogos e desta forma participa na formação pastoral da IELB. “Ensino” é o dia a dia destas duas instituições.
“Firmados no ensino que recebemos” – que ensino? Ora, para aqueles que se preparam na IELB para celebrar em conjunto a santa ceia, seja na instrução de confirmandos, seja no preparo para a profissão de fé, são meses e até anos de ensino e aprendizagem. E depois, na vida congregacional, há tanto para ensinar e para aprender da santa palavra de Deus. Recebemos o ensino desde cedo em nossa vida– quem é Deus, a criação do mundo, os anjos, o ser humano em sua pecaminosidade, a ação de Deus no mundo, o batismo, a santa ceia, o ofício do ministério, a igreja, o ensino sobre as coisas do fim, etc, e etc. Nada disto é supérfluo; tudo é importante, pois é o ensino que recebemos da parte de Deus, por meio dos seus profetas e apóstolos.
Tudo é importante, mas existe o ensino que é o absolutamente fundamental, o mais necessário, aquele que se deixado de lado fará com que nada mais tenha valor e sentido para a nossa vida. Este ensino está muito bem resumido no texto da Epístola deste culto (Cl 2.6-15) – Jesus Cristo, o verdadeiro Deus, que se fez homem para nos dar vida, vida eterna pelo perdão dos pecados.
Dentro deste ensino – que será em 2025 (como sempre foi) o centro de todo o ensino do Seminário Concórdia e da Faculdade Luterana Concórdia – quero destacar uma afirmação do apóstolo inspirado por Deus, quando diz: “Nele – em Jesus – habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9).
Neste período que estamos vivendo no ano da igreja – a Epifania – continuamos na celebração do Natal, com a ênfase de que aquela linda mensagem é para o mundo todo – o Verbo se fez carne, o eterno Deus se fez menino. Aquele que o universo inteiro não pode conter estava no ventre de uma jovem, depois deitado numa manjedoura e mais tarde, crucificado. “Deus na cruz é meu amado”, diz um hino do hinário luterano. Que mistério impressionante – que nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele não é um ser divinamente abençoado. Ele é Deus que assumiu a carne humana, para resgatar todos os descendentes de Adão e Eva, vocês e eu. Era preciso que fosse homem, para ser o substituto de toda a humanidade no carregar dos pecados e trazer perdão completo diante de Deus. Mas era preciso ser verdadeiro Deus, pois – como lembra o Salmo 49, ninguém pode remir a um dos seus irmãos, “nem pagar por ele a Deus o seu resgate – pois a redenção da alma é caríssima” (Sl 49.7,8).
Estimados irmãos, especialmente estudantes e professores do Seminário e da Faculdade Luterana Concórdia: há muito o que ensinar e a aprender – e aqui estamos na casa da educação teológica da IELB. Mas este ensino – do Deus que se fez homem para nos redimir do pecado e nos reconciliar com o Pai – é o centro de tudo o que aqui ensinamos e aprendemos. E – isto vale não apenas para estas instituições de ensino, mas para toda a igreja – é preciso manter, preservar, aprofundar, celebrar este ensino, pois não faltam ameaças, mesmo dentro da igreja cristã, para colocar outros ensinos em evidência em lugar deste.
E vivemos um ano muito especial para ensinarmos, aprendermos e celebrarmos mais e mais a graciosa encarnação do Filho eterno de Deus para nossa eterna redenção.
O ano de 2025 marca 1700 anos do Concílio de Niceia, importante reunião da igreja cristã no ano de 325 na cidade onde hoje é a região noroeste da Turquia. Aquele evento tem uma importância que vai além de fronteiras denominacionais, pois pertence a toda a igreja cristã. E isto devido à confissão de fé que veio daquele evento, confissão esta que – com alguns acréscimos posteriores veio a ser o que hoje chamamos de “Credo Niceno”.
Aquele era um tempo difícil para a igreja cristã, apesar de desfrutar de relativa paz, pois as perseguições violentas do império romano haviam cessado e a igreja inclusive contava com o apoio do imperador, Constantino. Mas o perigo para a igreja era bem maior do que as perseguições. Havia um movimento muito forte por parte de alguns líderes da igreja, movimento este que afirmava ser Jesus uma criatura de Deus que, a exemplo do mundo, teria sido criado a partir do nada. Uma ameaça tão perigosa, diabólica, que em termos práticos tiraria da igreja cristã seu mais preciso ensino e sua própria identidade como povo de Deus.
E então, assim como sempre acontece ao longo da história, Deus usou de homens, semelhantes a nós – pecadores, mas redimidos por Cristo – para serem confessores da mais importante verdade a ser ensinada e aprendida e que está claramente exposta na Escritura, como nesta palavra de Paulo – “Nele (em Jesus) habita corporalmente toda a plenitude da divindade”.
Os tempos mudaram; mas algumas antigas heresias continuam sendo propagadas. Novas ameaças, mais sutis, também se apresentam. E não estamos livres destas ameaças. É preciso estarmos bem firmados no ensino que recebemos. Uma igreja que não volta sempre e sempre a este ensino está fadada a se tornar um clube, uma associação, ou no máximo um grupo beneficente. O ensino de Niceia sobre a verdadeira identidade do nosso Salvador não é assunto teórico; é o que há de mais prático para a vida diária. Aliás, neste Seminário e Faculdade não vigora aquele discurso mofado e errado, de que se aprende algo na teologia, mas na prática é diferente – se isto fosse verdade, ou a teologia, ou a prática estariam erradas … ou ambas. A boa teologia – que aqui queremos sempre ensinar e aprender – é nada mais do que a confissão pura, genuína do ensino da Escritura, cujo centro é o Deus Triúno – Pai, Filho e Espírito Santo, e sua revelação e manifestação graciosa no Filho encarnado, Jesus Cristo.
É nesta fé, nesta confissão que professores e estudantes se comprometem a dedicar seu ensino e seu aprendizado. Ao iniciarmos este ano letivo nada deverá ser mais importante e mais decisivo do que o testemunho desta preciosa verdade – “Nele (em Jesus) habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. O Espírito Santo nos conduza nesta caminhada. Amém.