ABRA A TUA ALMA AO FAMINTO – Isaías 58.10

Alguns líderes religiosos querem seus templos abertos, como se Deus estivesse preso em casa feita por mãos humanas (Jo 4.20-24; At 7.48-50).

Jesus fez uma promessa, a de estar presente com os seus discípulos, de estar ali onde dois ou três se reúnem em oração.

O mesmo Jesus disse que seria encontrado nos pequeninos, aos quais ele amou e socorreu. Os pobres, necessitados, enfermos, presos, os que não têm casa, nem roupa, nem comida.

Muitos reivindicam as portas de seus templos abertas para buscarem a presença de Cristo, esquecendo o faminto com o qual Cristo se identifica: “tive fome, e me destes de comer!”

Se não nos voltamos aos famintos, jamais teremos servido a Cristo nem nos achegado a Deus, por mais que permaneçamos dentro de templos, em jejum público.

O jejum que Deus quer e do qual se agrada, é repartir o pão com quem tem fome: “que repartas o teu pão com o faminto”.

O jejum e a oração que Jesus recomenda não é feito em público, para agradar a homens, ou para receber a aprovação de outros. O jejum que Jesus recomenda é aquele que reparte o pão que temos com o que nada tem.

A justiça (piedade) verdadeira não se esconde dos pobres, mas abre o coração e a alma em favor dos famintos. Esta é a justiça que brilha como o amanhecer em meio à escuridão (Is 58.6-11).

A luz que brilha na escuridão não é a dos hipócritas, que trombeteiam uma esmola que dão com uma mão enquanto, com a outra, oprimem o pobre.

É luz do mundo quem não tira vantagem da pobreza alheia nem volta os olhos para o outro lado quando encontra o necessitado (Mt 6.2-4, 22 e 23).

Cristo se identifica com o que tem fome; e diz aos seus: “tive fome, e me destes de comer” sempre que repartimos nosso pão com o faminto (Mt 25.35,40).

Que virtude há em lotar igrejas, desafiando a bondade de Deus, em vez de nos deixarmos desafiar pela bondade de Deus, imitando o amor de Cristo pelos pobres?

Essa é uma questão que não é estranha a Jesus nem aos apóstolos.

Ao mesmo tempo que somos admoestados a não deixar de nos reunir para, por meio de Jesus, oferecer a Deus “sacrifício de louvor”, também somos admoestados a não negligenciar “a prática do bem e a mútua cooperação” (Hb 10.25; 13.15,16).

Tiago, o irmão de Jesus, nos pergunta que fé tão grande é esta, feita de palavras afrontosas a autoridades humanas e, até mesmo, a Deus, quando os cristãos se reúnem sem socorrer os que carecem de roupa e sem o alimento cotidiano (Tg 2.14-17; 2Pe 2.10).

É tão importante assim lotar igrejas, enquanto os estômagos de tanta gente estão vazios? Não há lei nem sentença que impeça a misericórdia, o socorro ao necessitado ou repartir o alimento com os famintos. “Contra estas coisas – atitudes e ações guiadas pelo amor ao próximo – não há lei” (Gl 5.23).

O que Deus espera de todos, com o pouco ou o muito que cada um tem/recebeu, é que “sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir” (1Tm 6.18).

É tempo, talvez, de resgatar o propósito das ofertas nos cultos, que não é o de arrecadar fortunas, mas o de repartir o pão com o faminto. A manutenção da igreja, por seus membros ou simpatizantes, poderia se dar de outra forma. As ofertas e doações recolhidas em culto público poderiam, assim, permanecer como “expressão de generosidade e não de avareza” em favor dos necessitados (2Co 9.5).

Assim como as portas das igrejas devem estar abertas para todos (mesmo com os templos fechados), os nossos corações devem estar abertos para todos (especialmente nesse tempo de pandemia): “Se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas” (Is 58.10).

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