Guido Goerl nasceu em Porto Alegre, RS, em 19 de fevereiro de 1928. Filho de João Alberto Cristiano Goerl e Erna Otília Barth Goerl. Casou-se em Porto Alegre, em 14 de outubro de 1950, com Irmgard Kretschmann. Tiveram 5 filhos: Wiliam, Veronica, Gisela (falecida em dezembro de 2020), Martim e Sônia, três genros, duas noras, 16 netos e 11 bisnetos. Membro da Congregação São Paulo, de Porto Alegre, durante muitos anos sendo coordenador do grupo de idosos. A esposa já é falecida desde 18 de outubro de 2000, quatro dias depois de comemorarem Bodas de Ouro.
Aos 14 anos, começou a trabalhar na Bromberg, em Porto Alegre, onde atuou por 14 anos. Foi o primeiro presidente eleito da JELB, em 1954. Idealizador da flâmula da JELB, lançada em 1955 e lembrada no cinquentenário da JELB. A flâmula tinha o propósito de dizer “ô nós também estamos aqui” (SIC). Deu o toque inicial a um intercâmbio com os jovens da Argentina, o que motivou idas e vindas aos congressos nacionais de ambos. Isso incentivou também a aproximação entre as duas igrejas.
Sempre teve vontade de ser pastor, pois se preocupava mais com as coisas espirituais do que materiais. O trabalho com a JELB o impulsionou ainda mais para estudar no Seminário. Ingressou no Seminário Concórdia em Porto Alegre em 1956, aos 30 anos, quando já era casado há seis anos e com os três primeiros filhos ainda pequenos (Wiliam, Veronica e Gisela). Durante o período de estudos, morou com a família no porão do Seminário, onde bem mais tarde funcionou o barzinho.
Formou-se em 12 de dezembro de 1958. Não precisou fazer o estágio, pois consideraram sua experiência de vida, mas atuava e pregava em diversas comunidades quase todos os domingos. A sua esposa sempre o apoiou e foi seu braço forte, tanto no trabalho como no equilíbrio da família.
Recebeu o chamado para a Congregação Bom Pastor, de Belo Horizonte, MG, sendo o primeiro pastor residente. Foi ordenado e instalado em fevereiro de 1959. Atendeu interinamente, durante seis meses, as cidades de Anápolis, Goiânia e Brasília. Viu Brasília nascer. Ia de avião até Anápolis e depois de ônibus até Goiânia ou Brasília. Chegando em BH, ganhou uma caderneta com a lista dos nomes e endereços dos membros, e saiu para juntar o rebanho. Sua locomoção sempre foi de ônibus ou a pé.
No segundo ano de seu pastorado, em 1960, foi construída a igreja, que lá está até hoje. No início do trabalho, morou em apartamento alugado até a finalização do templo, onde havia também a residência pastoral. Lá nasceu o filho Martim. Foram anos com momentos difíceis, mas também muito abençoados. Havia pessoas dispostas a ajudar também com doações, como os bancos da igreja e um harmônio. Lembra com carinho da única organista que havia. Depois de um acidente, ela perdeu uma perna. Então foi instalada uma ventoinha no harmônio para que ela pudesse tocar, pois o som era impulsionado pelos pés.
Permaneceu em Belo horizonte por sete anos, até final de 1965. Recebeu então o chamado para a Editora Concórdia, e lá trabalhou por 13 anos (até o fechamento da gráfica), sendo responsável pela editoração e impressão da literatura da igreja, dando destaque para a edição do Mensageiro Luterano. Nesse período, nasceu a filha Sônia. Depois da aposentadoria, trabalhou, por um pequeno período, como administrador do Seminário Concórdia, quando era diretor o pastor Ottomar Steyer.
Sempre gostou muito de pintar quadros (óleo em tela), desde seus 15 anos, o que virou seu hobby. Numa edição do Mensageiro Luterano, leu um artigo sobre a igreja luterana em Moçambique, em que um visitante, após o culto, disse ao pastor local: “Essa é a religião que queremos em nossa vila”. Essa leitura o motivou a ajudar, visto ter recebido gratuitamente sua formação teológica. Assim, como ainda continua a pintar, decidiu vender seus quadros e enviar toda a renda para a missão em Moçambique, na formação teológica. A quantia já enviada conseguiu ajudar oito estudantes pelo período de um ano.
Os projetos dos vitrôs e da parede do altar (símbolos e texto) da igreja São Paulo, de Porto Alegre, são obra do pastor Guido. Depois de enviuvar, residiu sozinho, em Porto Alegre, por quase 20 anos. Atualmente, desde agosto de 2020, mora com a filha Veronica, em Novo Hamburgo, RS.
Agradece a Deus pelas bênçãos recebidas na vida, na família e no período do seu ministério.
Seu recado final: “Não confiem em si mesmos, mas no poder do Espírito Santo”.
A Deus toda honra e glória, em todos os tempos e em todos os lugares.
(Redigido pela filha Veronica Figur, com os relatos do pai.)
Quadro do castelo
No tempo de estudante, quando moravam no Seminário, em 1957, o pastor Guido pintou um quadro retratando o “castelinho”, a propriedade mais antiga do Mont’ Serrat, onde fica hoje o Centro Administrativo da IELB. Esse quadro foi levado por uma caravana de jovens que foi à Argentina participar de um congresso. O quadro foi doado à igreja-irmã como uma recordação para os vários pastores argentinos que se formaram em nosso Seminário.
Pastor Guido Goerl
Data de Nascimento: 19/02/1928, em Porto Alegre, RS
Pais: João Alberto Cristiano Goerl e Erna Otília Barth Goerl
Data da Ordenação: 21/02/1959
Data de Casamento: 14/10/1950, em Porto Alegre, RS
Esposa: Irmgard Kretschmann Goerl
Filhos: Veronica, Gisela (em memória), Wiliam, Martin, Sonia
Enviuvou em 18/10/2000
Locais em que serviu:
Belo Horizonte, MG – CEL Bom Pastor – Santa Efigênia – 1959-1965
Porto Alegre, RS – Editora Concórdia – 1966-1979
Emérito desde 4/04/1984
Mora em Novo Hamburgo, RS
Moçambique:
A filha Veronica, auxiliada pelos irmãos, está vendendo os quadros do pai e enviando o valor arrecadado para o caixa de Moçambique. Ela coloca à disposição o seu WhatsApp para contatos: (51) 992812818. Ela relata: “Postei três vezes no face e vendi mais de 40. Em 2019, levamos os quadros para o Congresso Nacional da LLLB e vendi 14 dos 16 que havia levado. Fiquei impressionada com a reação das pessoas quando sabiam para onde ia a renda. Sinto-me feliz por poder realizar o sonho dele de ajudar Moçambique”.
Carlos Walter Winterle*
Pastor emérito