Os cristãos têm responsabilidades com a nação em que vivem, além de exercerem a importante missão de divulgar a Palavra de Deus e de testemunhar a fé cristã. Por isso, não podem ser negligentes e se omitir nas questões sociais, políticas e financeiras.
A IELB (Sínodo e congregações) e os pastores não devem participar da política partidária, conforme o Código de Ética, aprovado em Convenção Nacional.
Qual é, então, o papel que os cristãos podem exercer?
Lembramos que os cristãos também estão sujeitos à tentação de reagir com extremismos e atitudes não condizentes com o cristianismo. Sofrem a tentação de falar mal das autoridades, xingar, agredir ou se omitir e não participar da vida pública.
O apóstolo Paulo vivia no Império Romano, que era corrupto e imoral, muito semelhante aos nossos dias. Ele escreve aos cristãos de Roma, que viviam neste ambiente, orientando-os para que tenham um comportamento digno de filhos de Deus na sociedade corrupta do império dominador de Roma:
1. Sujeição às autoridades instituídas
“Todo o homem esteja sujeito às autoridades superiores” (Rm 13.1), combinado com as palavras de Jesus: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).
Deus quer que os cristãos tenham uma vida exemplar, mesmo enfrentando dificuldades. Devem respeitar e sujeitar-se às autoridades instituídas, pois, “As autoridades que existem foram por ele (Deus) instituídas” (Rm 13.1b). O texto é claro: “É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência” (Rm 13.5).
Os cristãos não podem negligenciar seus deveres com a Nação e o Estado. As autoridades devem ser respeitadas e suas diretrizes obedecidas. Por outro, as autoridades devem permanecer nos limites constitucionais de suas competências. Elas têm a função de atuar em benefício do povo.
Os governantes não têm direito de domínio sobre os assuntos da fé, que é a soberania de Deus.
O que fazer quando as autoridades abusarem do poder, não respeitando os seus limites, governando ditatorialmente e privando os cidadãos dos seus direitos e oprimindo o povo? – Nestas situações, os cristãos podem pleitear os seus direitos, assegurados pela Constituição, através dos órgãos competes. Além destas providências, têm a oportunidade de votar e de eleger outros governantes.
2. Oração pelo povo e pelas autoridades
“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador” (1Tm 2.1-3).
É vontade de Deus que os cristãos orem. E Deus prometeu ouvir. Os cristãos podem orar muito mais do que estão fazendo. E afirmo, sem medo de errar, que ainda estamos num país em condições suportáveis, porque há muitos cristãos que estão orando pela pátria, pelo povo e pelos governantes.
3. Vida exemplar, servindo de testemunho
O apóstolo Pedro escreve: “Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1Pe 2.11-12).
Deus nos ilumine e oriente para que vivamos “por modo digno do evangelho” (Fp 1.27).