Nestes dias frios de inverno, especialmente pelo sul do Brasil, nada como maratonar uma série ou assistir a um bom filme debaixo das quentes e confortantes cobertas. E se for acompanhado de uma xícara de chocolate quente ou uma taça de um bom vinho, melhor ainda. Claro, sempre com moderação. De acordo com a pesquisa “Streaming 2022”, aproximadamente 70% dos brasileiros já assinaram alguma plataforma digital para assistir filmes e séries, como a Netflix e a Amazon, por exemplo. Mais do que nunca estamos conectados a bons enredos e à boa arte que brilha nas telas.
Os grandes filmes e séries geralmente têm um enredo que mexe completamente com nossas emoções. Como em uma enorme montanha-russa, a arte das telas nos leva ao topo das gargalhadas e da euforia, passando pelo encantado mundo das paixões e, claro, também nos mergulha em fossos de tristeza e lágrimas que parecem doer na vida real. Uma boa trama, daquelas que nos prende do início ao fim, toma nossas emoções pela mão e as coloca a bailar pelos mais diferentes tons e intensidades. Lembre-se, por exemplo, dos clássicos Titanic, Forest Gump ou até mesmo Rei Leão. Todos enredos que envolvem diversos sentimentos. Sem falar nas séries, como When Calls The Hearth ou Hearthland.
Fora da arte, na vida real e cotidiana, também somos convidados a bailar nas mais diferentes emoções. A fé cristã não é algo que nos blinda dos mergulhos nos vales de tristezas e ansiedades. Ou que nos garante uma zona de conforto eterna. Há tempo para tudo nesta vida, diz a Palavra do SENHOR. Tempo de gargalhadas, prazeres, satisfação plena. Tempo de dúvidas. Tempo de paixões e amores. Tempo de experimentar o fosso das lágrimas e dores. Mas sempre com Cristo. Com Cristo, gargalhamos, sorrimos. Com Cristo, nos trancamos em nossos quartos e soluçamos chorando. Com Cristo, nos perdemos em nossos próprios pensamentos diante de enfermidades, crises, perdas. Mas sempre com ele. Com Cristo.
O apóstolo Pedro, neste enredo da vida cristã, é um ótimo personagem a ser apreciado com carinho. Vivenciou a montanha-russa de sentimentos e emoções. E sempre com Cristo. Pedro experimentou a honra de ser chamado para o discipulado; o desafio de ser pescador de gente; a alegria de andar sobre as águas e o pânico de afundar nelas em seguida; a coragem de afirmar que jamais deixaria Cristo ir à cruz; a euforia da transfiguração; a coragem de cortar a orelha do soldado no Getsêmani; a tristeza profunda e o choro após ter negado Jesus por três vezes antes do cantar do galo; a surpresa do túmulo vazio; a sabedoria e a coragem de proferir o sermão maravilhoso no Dia de Pentecostes. Grande Pedro. Sempre do seu jeito impulsivo, de agir rapidamente. Um grande personagem deste enredo. E sempre com Cristo. Sempre com o Salvador. Aprendendo com ele. Errando com ele. Sendo perdoado por ele.
É o próprio Pedro que nos diz, em sua primeira carta, que podemos nos alegrar com a salvação que há no nome de Jesus, “se bem que agora é possível que vocês fiquem tristes por algum tempo, por causa dos muitos tipos de provações que vocês estão sofrendo” (1Pedro 1.5-6).
Se hoje o enredo do viver convida nossas emoções a bailar entre altos e baixos, mantenhamos nosso olhar fixo no autor e consumador de nossa fé. Com Cristo, o final será feliz. Aliás, final, não. Pois com Cristo, a vida é eterna.