A história da entrada triunfal de Jerusalém me fascina.
Uma galera escoltando e acolhendo a Jesus.
Olhos ao alto, joelhos no chão, mão no coração, denunciam a expectativa.
As histórias que se ouviam sobre Cristo justificavam essa ansiedade. Será que chegou a hora de o povo poder gritar: Tu mudaste meu lamento em baile??
“Tu mudaste o meu choro em dança alegre, afastaste de mim a tristeza e me cercaste de alegria” (Salmo 30.11).
Os ramos das profecias, muito mais do que um costume da época, eram sinais que avisavam que quando Deus viesse para trazer salvação, até as árvores se sacudiriam de alegria.
E aquele burro escolhido a dedo por Jesus… mostra que tudo na Semana Santa estava planejado nos mínimos detalhes e que nada escaparia do controle.
O burro não estava ali só para alegrar as crianças quando contamos essa história, mas ele tinha uma missão muito maior. Ele nos traz questionamentos: Que rei é esse que entra sentado num jumento? Que espécie de messias desfila na capital com esse meio de transporte? Burros são para os “Sancho Panças” do mundo. Burros não são para os reis.
Mas o Rei que entra em Jerusalém é completamente diferente. É um Rei novo, que não vem para governar com força ou para ser servido, mas vem para servir. Um Rei Servo-Sofredor, que presenteará a humanidade com o seu perdão.
E não se engane. A comitiva de Jesus não era apenas composta de seguidores, curiosos, plantas e bichos. O próprio céu estava com ele. E os coros e incentivos que vinham de lá não acabariam na quinta-feira.
*Essa reflexão foi escrita pelo pastor Laerte Tardelli Helwig Voss para o Especial de Páscoa de 2021, disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=freP7UvsAp8