Uma antiga heresia disfarçada de coaching

A conversa macia do “coaching espiritual” coloca o ser humano como protagonista de qualquer bênção ou favor diante de Deus.  Embalados por um ambiente aconchegante, luzes bacanas e um altar transformado em palco, cada vez mais o senhorio de Deus tem sido deixado de lado. No centro de tudo, o meu compromisso com Deus.

Essa atmosfera tem minado cada vez mais um dos maiores presentes de Deus ao seu povo: o santo batismo. Ele é a porta de entrada para o reino de Deus. Ele é o nascer pela água e pelo Espírito. Ele é o lavar regenerador. O batismo nos reveste de Jesus. Enquanto que no Antigo Testamento a circuncisão era a marca de pertencimento ao povo de Deus, no novo testamento o batismo assume esse papel. Parece óbvio que no Batismo Deus é o agente, e quem é batizado recebe do Senhor tudo o que ele promete. Mas, infelizmente, isso tem sido perigosamente invertido.

Tenho observado cristãos, já batizados, se batizando novamente. E me pergunto: então Deus falhou nas suas promessas? Batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo – exatamente como Jesus ensina em Mateus 28 – foi menos batismo, quem sabe, por causa da idade de quem o recebeu? Ou será que a quantidade de água não foi correta? Ou será que a denominação que fez o batismo era fria e não tinha o Espírito Santo?

Arrisco dizer que quem já é batizado e se “rebatiza” está tirando Deus do seu trono. O que Deus fez no seu batismo infantil não foi o suficiente. A pessoa é que precisa se decidir por Cristo. Fazer o seu pacto com o Senhor. E, assim, finalmente ter o Espírito Santo e viver uma nova vida. Uma leitura rápida de Efésios 2 nos mostra que o ser humano não consegue ser salvo por si mesmo. Deus sempre será o agente da salvação. E o agente do batismo também.

Claro que há relatos de batismo de adultos no novo testamento. Óbvio que isso era para quem nunca tinha sido batizado. Também há o relato de batismo de todos os “da sua casa” (At 16), incluindo crianças. Aliás, historicamente o batismo infantil sempre foi bíblico e válido. O questionamento desse Batismo bíblico surgiu com Pelágio, no Século V, considerado uma grande heresia. E nos tempos da Reforma Luterana, os anabatistas engrossaram a heresia. E hoje, com roupagem doce e suave, essa heresia continua penetrando no coração de cristãos já batizados.

Então fica a dica: “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4.5). Uma vez batizado em nome do Deus triúno, para sempre batizado. Triste e perigoso é você negar o seu Batismo infantil e beber de uma antiga heresia disfarçada de coaching.

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