Quando um homem se torna pai, ele aprende na prática essa nobre vocação. Dentre acertos e erros, um homem é forjado na paternidade. Nesse processo de uma vida toda, há algo que jamais deveria estar longe do coração de qualquer pai. Falo de construir um lar melhor do que aquele em que ele, como filho, cresceu. Óbvio que o assunto aqui não são tijolos, cimento, metros quadrados, quantidade de quartos ou se é em um bairro nobre ou não. Quando um pai quer que seu filho cresça em um lar melhor do que aquele no qual ele cresceu, isso envolve relacionamentos, histórias, afeto, compreensão, abraços, princípios, tempo e, especialmente, tempo para o Senhor Deus.
Há os pais que cresceram, quando crianças, em um lar emocionalmente seguro e confortável. Onde havia espaço para falar de sentimentos. Onde chorar não era tabu. Onde beijos e abraços não aconteciam apenas em datas festivas. Há pais que, na infância, tiveram, sim, um lar cristão. Cresceram tendo devocionais em família, orando juntos. Aprenderam, em casa, que estar no culto é um dos momentos mais importantes na vida. E até eram cobrados por seus pais a respeito disso. E quando um homem que cresceu em um lar seguro e cristão torna-se pai, que grande bênção é para seu filho e para toda sua família se ele dedicar tempo, energia e recursos para que o seu próprio lar seja ainda mais acolhedor, mais seguro e mais próximo da palavra de Deus. O que foi bom pode ser ainda melhor.
Porém, há também os pais que cresceram em um lar onde muitas coisas faltaram. Pode até ser a falta de recursos, em tempos difíceis. Porém, há outras faltas que deixaram não um bolso vazio, mas, sim, um rombo no coração. A falta de carinho. A ausência. Emoções que precisavam ser reprimidas. Lágrimas que deveriam ser engolidas. Distanciamento afetivo. E, quem sabe, indiferença e negligência à palavra de Deus, ao momento de culto, ao devocional familiar – e pais que sequer orientaram ou incentivaram seus filhos à vida na congregação. Ter crescido em um lar assim pode ter deixado marcas profundas. A ponto daquela criança que lá cresceu, agora já um pai feito na vida, observar seu filho e dizer para si mesmo: “Vou oferecer aos meus filhos o lar que eu não tive. O diálogo que não tive. O abraço, a compreensão e a segurança emocional que não tive. Vou orar, incentivar e aproximar meus filhos do Senhor”. Sob a bênção de Deus, a vida proporciona formas de consertarmos alguns erros do passado, evitando que eles se repitam de geração em geração.
Já que em agosto é celebrado o Dia dos Pais, as próximas linhas vão diretamente a você, que assim como eu, é pai. Ore e peça sabedoria ao Senhor. Faça de tudo para que seus filhos cresçam em um lar melhor do que o seu. Com mais afeto, carinho, diálogo, cuidado. Com mais tempo para o Senhor. O objetivo não é achar culpados no passado, mas de formar filhos que serão emocionalmente saudáveis, firmes em Cristo e levando no coração o exemplo paterno.
Antes de querer transformar qualquer lar ou história, nós mesmos precisamos passar por uma profunda transformação. “Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa” (2Co 5.17). De Jesus vem o perdão que cura culpas e restaura relacionamentos. De Jesus vem a salvação que conecta gerações. Transformados por Cristo, pais, transformemos nossos lares em um pequeno mundo ainda melhor do que aquele no qual crescemos. Abençoada missão em ser pai. Feliz Dia dos Pais!
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