Quando surgiu o assunto de montar uma chapa para a Liga de Leigos Luteranos do Brasil (LLLB), por mais que pudesse parecer algo distante, e que eu imaginasse que era algo para gente mais capacitada e experiente que eu quanto aos assuntos da IELB, não chegou a ser algo que me gelasse a espinha. O envolvimento de anos na igreja, desde cedo em diretorias distritais e regionais de jovens, leigos e da congregação, ao natural, preparou um caminho para que eu pudesse contribuir hoje numa gestão nacional de Liga de Leigos. E aqui estamos, desde o ano passado, trabalhando com dedicação e amor, dentro de nossos dons e capacidades.
Escolhemos focar no tema do jovem homem pois vimos aí uma lacuna: após certa idade, o jovem vai pouco aos poucos deixando de se identificar com o grupo da juventude em sua congregação; e, por outro lado, muitas vezes já poderia encaixar em sua rotina a participação no grupo de leigos.
Ao longo dos anos de envolvimento nas diversas atividades dentro da igreja, uma coisa sempre me inquietou e intrigou: ver que muitos filhos não seguem os mesmos caminhos de suas famílias, embora estas tenham sido líderes e ativas em suas congregações. Procuro refletir sobre os porquês para tentar achar alguma explicação, afinal, os pais são nossos espelhos e inspirações em nossa vida.
Lembro-me muito bem quando, ainda adolescente, ia com meu pai até o departamento de leigos; não chegava a participar, mas o simples fato de vê-lo indo já era uma inspiração. Quando via minha mãe envolvida nos trabalhos das servas, isso também me servia de motivação junto à juventude da época. Ainda tenho ótimos exemplos de meus pais, sempre envolvidos e dedicados.
Mas não dá para dizer que trabalhar pela igreja não gera frustações e dissabores, isso acontece; porém, como levamos para dentro de nossa casa e família as dificuldades é que faz toda a diferença. Somos falhos e imperfeitos, e precisamos constantemente nos ajoelhar, juntar nossas mãos e buscar a verdadeira fonte de inspiração, que é Jesus Cristo, em tudo na nossa vida. Nosso último e também o atual presidente dos leigos sempre fizeram questão de enfatizar que seus pais ainda são fonte de inspiração.
O recado que busco trazer é esse, que nós, homens, temos grande responsabilidade dentro de nossos lares. Isso Deus faz questão de nos lembrar na Bíblia Sagrada. O que é mais importante na vida de nossos filhos: saúde, felicidade, sucesso profissional e financeiro? Sabemos que tudo isso é importante, sim, mas ao presente e ao futuro espiritual de nossos herdeiros, damos o mesmo valor do que às demais coisas? Por exemplo, aquele domingo pela manhã, quando seu filho está com sono e você, por pena, não o desperta para ir ao culto por que ele dormiu tarde na noite anterior… Há bom material cristão em sua casa? A nossa responsabilidade enquanto provedores do lar não é só material, mas acima de tudo, espiritual, afinal, o que iremos levar deste mundo?
André Cristiano Mittmann
Vice-presidente de Projetos LLLB