Pessoas que exalam misericórdia divina são um necessário contraponto a uma cultura que estabelece forçosamente a separação entre o material e o espiritual. A vida cotidiana dessas pessoas exala o cheiro do agradável perfume da graça de Cristo. Suas casas são extensões da igreja. Suas palavras são consequências do canto do ofertório: “Cria em mim, ó Deus, um puro coração”. Suas vidas são um poderoso testemunho do amor de Deus por sua criação, da obra de Cristo em favor de todos e da ação do Espírito Santo.
Pessoas que exalam misericórdia divina são potentes testemunhas de Cristo porque suas vidas apontam para a obra de Cristo. O pastor Jacksonn Thadeus Coelho sabia viver assim. Eu o conheci em 2004, no meu último ano de Teologia. Ele foi muito importante na construção de pontes de amizade entre minha turma, que vinha do extinto Instituto Concórdia de São Paulo, e a turma nativa do Seminário Concórdia de São Leopoldo. Lembro-me de suas palavras, sempre regadas com humor, em duas ocasiões em que considerei desistir do Seminário: “Fukue, não liga pra essas coisas. Tudo passa, até a ‘uva passa’. Jesus é muito maior. ‘Bora’ ser pastor”.
Pessoas que exalam misericórdia fazem de sua vida uma declaração de fé: “Jesus é muito maior”. Essas pessoas nos ajudam a ver que tudo na vida muda, se transforma e passa. Mas, como escreveu o autor da carta aos Hebreus: “Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13.8). O pastor Jacksonn e sua esposa Luciana exalaram a misericórdia de Deus na luta do pastor ciclista contra o câncer. Entre momentos de sofrimento, angústia e dor, Jacksonn e Luciana souberam mostrar que “Jesus é muito maior” e permanece o mesmo. Nas últimas semanas da vida terrena do Jacksonn, o casal presenteou os profissionais que cuidaram da saúde dele. Trinta profissionais do Hospital do Amor de Barretos receberam exemplares do “Cinco Minutos com Jesus” de 2023 com dedicatórias do pastor Jacksonn escritas à mão. Nessa bonita ação, trinta pessoas enxergaram, por meio do testemunho da família Coelho, que “Jesus é muito maior”. Muito maior do que qualquer sofrimento. Muito maior do que a vida ou a morte. A Luciana disse: “Todos os que receberam o devocionário amaram, e de alguma forma deixamos um pouco de nós em cada um deles”. Realmente, Luciana, vocês deixaram um pouco de vocês e muito de Jesus em cada um deles. E em cada um de nós.
Acredito que o convite que o autor da carta aos Hebreus faz também poderia servir de exemplo e incentivo para nos lembrarmos do legado deixado pelo pastor Jacksonn: “Lembrem dos seus primeiros líderes espirituais, que anunciaram a mensagem de Deus a vocês. Pensem como eles viveram e morreram e imitem a fé que eles tinham. Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13.7-8).
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