Na casa da vovó não faltam carinho, comidas deliciosas e histórias para contar

“Vó é mãe com açúcar”, “ser avó é ser mãe duas vezes”, “na casa da vovó não faltam carinho, comidas deliciosas e muitas histórias para contar”, “mãe educa, avó estraga” – no bom sentido, é claro! – quem nunca ouviu essas frases típicas que demonstram a importância dos avós na família? E não é para pouco! Afinal, carregam muita bagagem e experiência, e são eles, muitas vezes, os responsáveis por transmitir o cultivo das tradições familiares para as próximas gerações. Quem não tem ótimas lembranças da infância na casa dos avós? O convívio com os primos, com os tios, a família reunida, muitas vezes, na cozinha, se deliciando com aqueles quitutes que só a vovó sabe fazer (mesmo que a mãe ou a tia aprendam, o da vovó tem um sabor especial, não é mesmo?)…

Felizes os que têm ou tiveram essa vivência que está cada vez mais encurtada – seja pela diminuição das famílias ou pelo retardo das constituições familiares. Por outro lado, temos avós aparentemente mais jovens e com melhor qualidade de vida, devido ao aumento da expectativa de vida, os cuidados com a saúde e a acessibilidade a tratamentos médicos, entre outros fatores.

Para homenagear nossos queridos avós, reconhecendo a importância do seu papel, conversamos com membros de duas famílias com quatro e cinco gerações, que relataram um pouco sobre o convívio, as lembranças e as marcas de cada matriarca.

RELATOS FAMÍLIA WILDNER

Erica Elza Wildner

“Meu nome é Erica Elza Wildner, tenho 82 anos. Meus avós vieram da Alemanha para o Brasil, e eu não os conheci. Meus pais nasceram em Sananduva, RS, e eu, em Linha Alegre, Concórdia, SC. Fui batizada na Igreja Luterana como Erica Elza e registrada apenas como Elza, porém até hoje uso meu nome de batismo. Me casei com Alcino Wildner (em memória) em 1958. Fui casada por 58 anos e há 7 sou viúva. Tive 14 filhos (1 falecido) e tenho 19 netos, 13 bisnetos e 1 trineto. Sou muito grata a Deus pela minha família e sempre peço a ele para abençoar a todos. Somos muito unidos e até hoje nos visitamos sempre que possível.”

Nelsi Drehmer, filha, 57 anos

“Nossa mãe é um grande exemplo de pessoa… Uma mãe, avó, bisavó e trisavó maravilhosa, batalhadora, forte, guerreira, amorosa, temente a Deus. Está sempre disposta a ajudar os outros no que for preciso. É uma grande conselheira e amiga. Lembro de todos os esforços de minha mãe, principalmente para nos manter no caminho de Deus, nos levando aos cultos e escola dominical. Hoje eu tenho duas filhas e dois netos e sigo o exemplo e os ensinamentos de minha amada mãe.”

Dulci Barbieri, filha, 58 anos


“Sou muito grata a Deus por ter uma mãe exemplar, uma mãe que ensinou o caminho da salvação a todos os filhos e netos.”

Valmi Canossa, filha, 59 anos

“Sou filha da Dona Erica, moramos na mesma comunidade e participo das servas junto com minha mãe e uma irmã. Agradeço a Deus por fazer parte desta linda família. Nossa mãe nos ensinou a Palavra de Deus e a fé, e assim como ela, quero deixar isso para os meus filhos.”

Leonisi Espanhol, filha, 47 anos

“Minha mãe é a melhor mãe do mundo, e tenho muita admiração por ela. Tenho um filho de 12 anos e me inspiro nela para educá-lo no caminho de Deus. É sempre muito bom quando nos reunimos com toda a família, somos muito unidos e gratos a Deus por esta família maravilhosa.”

Daniela Helbing, neta, 34 anos

“Sou neta de Erica e Alcino Wildner (em memória). Os “nonos”, como os chamamos carinhosamente, são um exemplo para toda família. Lembro que quando eu era criança, adorava ir lá passar férias, ficar dias passeando… Lembro dos encontros de toda família em dias festivos, das cucas, bolachas, café da tarde, sobremesas, comidas deliciosas da nona… Da roda de chimarrão ao redor do fogão a lenha… Dos hinos cantados, da devoção em família… O maior exemplo que carrego deles é a fé em Deus e os ensinamentos da vida cristã. Ensinamentos que passam de geração. Que aprendi com meus pais e que quero passar aos meus filhos.”

Pamela Fernanda Seidenstücker, neta, 28 anos

“Primeiramente, gostaria de ressaltar que a minha avó materna, dona Erica, é um grande exemplo de vida e referência familiar. Representa, para toda a família, amor, confiança e muita garra! É uma mulher inspiradora, pela qual tenho grande admiração. Dona Erica é uma mulher simples e com um coração enorme. Uma mãe extremamente batalhadora, que teve uma vida difícil. Criou 13 filhos com muito esforço, na simplicidade, sempre fazendo tudo o que estava ao seu alcance para que nada lhes faltasse. É uma avó afetuosa, que está sempre de braços abertos para receber seus 19 netos. Ademais, não há dúvidas da figura imprescindível desta grande mulher, mãe e avó! Gratidão é a palavra que resume o que todos desta família gostariam de dizer a esta mulher maravilhosa! Vó querida, amo você e peço a Deus que preserve a sua vida por longos anos!”

Daiana Drehmer, neta, 28 anos

“Algumas de minhas melhores memórias da infância são da casa da minha avó materna, Erica. Visitávamos minha avó frequentemente aos finais de semana para nos reunirmos com toda a família. Eram tantas pessoas que, durante a noite, a sala ficava cheia de colchões para acomodar a todos. Lembro de passar semanas de férias na casa de meus avós, brincando com meus primos e ouvindo as histórias de antigamente. Independentemente das situações, o bom humor, as constantes risadas e a leveza em levar a vida sempre prevaleceram. Admiro muito a bondade e a generosidade da minha avó, que trata a todas as pessoas como se fossem seus filhos, e também a sua boa memória, já que ela nunca esquece de nenhum aniversário! Agora moro longe e não a visito mais com a mesma frequência, mas agradeço sempre pela minha querida avó e levo comigo todos os seus ensinamentos.”

Luana Kopsel, neta, 13 anos

“Desde pequena eu gosto muito de visitar a minha avó Erica, ela me cuida e se preocupa comigo. Lembro que ela sempre cantava, “Em Jesus amigo temos”, para mim. A vó é um grande exemplo, sempre está na igreja e sempre nos instrui para seguir os mandamentos.”

Gabriel Helbing, bisneto, 6 anos

“Eu gosto muito de ir na bisa. Ela é muito linda e muito querida. Ela dá muitos presentes. Gosto quando ela vem passear aqui!”

RELATOS FAMÍLIA MITTMANN

Otília Edi Bobsin Mittmann, mãe, 92 anos

“Todas as manhãs chega direitinho no celular um momento devocional, que eu ouço antes mesmo do café. É um conforto para mim. Isso durante a semana, e, aos domingos, vou ao culto na Congregação São Marcos, de Novo Hamburgo, RS. Se eu não posso ir à igreja, assisto aos vídeos. Nosso pastor é muito querido e prestativo. Ele me ajuda muito, é como um filho para mim. Tenho cinco filhos, muitos netos, bisnetos e até trineto. Somos muito unidos, embora morando longe. Nos damos todos muito bem, e todos trabalham muito. A Palavra de Deus, o ensino e a educação são as coisas mais importantes que passei para os meus filhos. Assim como os valores honestidade, trabalho e não ter preguiça para fazer as coisas. Faz sete anos que sou viúva. Eu moro sozinha e ando de ônibus sozinha. Eu dirigia até os 90 anos. Mas tive problemas de circulação e não pude mais dirigir. Só pela bondade de Jesus e ajuda de Deus que vivemos. Sou muito séria, mas levo a vida com alegria e com sinceridade. Tenho amor na vida. Deus me cuida muito.”

Relça Mittmann, filha, 64 anos

“Quero chegar na idade da minha mãe saudável como ela é. É uma bênção. Ela não tem sossego, trabalha o tempo inteiro. A comida dela é perfeita, maravilhosa. Eu pareço uma criança comendo a comida da minha mãe. É super cuidadosa com as flores, com as plantas, é muito caprichosa. Minha mãe é uma pessoa muito ativa. Ela usa as redes sociais, faz chamada de vídeo para os filhos. Ainda coloca linha na agulha, e sem óculos. Gosta muito de ir à igreja. O domingo que ela não vai à igreja não é domingo. E o único remédio que toma é o da pressão. Considero a família importante em qualquer aspecto da vida. Tenho minha mãe como referência. Caridosa demais com as pessoas. Ela chora se vê alguém passando necessidades. Minha mãe merece uma atenção muito especial. Ela é de suma importância para nós, para os cinco filhos e suas famílias.
As minhas netas fizeram com que eu vivesse novamente minha maternidade. Vi minhas netas crescerem. Elas amam vir aqui em casa! O primeiro ponto de crochê, as duas netas mais novas aprenderam comigo. São memórias marcantes.”

Mara Nataly Dias Streb, neta, 36 anos

“A importância dos avós na convivência das minhas filhas, é um elo que merece ser vivido por quem tiver a oportunidade. Minhas filhas tem sorte de ter avós incríveis. Acho que a definição de um lugar excelente é a casa aconchegante dos avós, onde tem espaço para ensinar e aprender. É onde a comida tem um sabor diferente, onde a polenta é a mais gostosa e a arte é mais bagunçada e aceita. As minhas filhas tem todos os avós, e isso é incrível mesmo.”

Fernanda Natieli Streb, bisneta, 18 anos

“Chegar na casa da minha vó depois da escola e sentir o cheirinho da comida que só ela sabe fazer, não tem preço. Lá é um lugar de muitas memórias boas, onde a bagunça era liberada e o amor sempre transbordou. Sou muito grata a Deus por me permitir ter a convivência com os meus avós.”

Texto: Daiene Kühl e Luana Lemke

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