(Êxodo 17.7)
A caminhada de um filho e de uma filha de Deus rumo à glória eterna nos céus, nunca foi e nunca será fácil. E como costumeiramente cantamos no hino “Graças dou”, agradecemos pelas rosas do caminho e os espinhos que elas têm.
Os momentos bons e de alegrias, podemos comparar, como diz o salmo 23, a pastos verdejantes e águas tranquilas. E os momentos de dor, de angústias e dúvidas, podemos comparar a um deserto onde há falta de água e alimento.
O povo de Deus, o povo de Israel, no texto de Êxodo, estava no início de sua caminhada rumo à terra prometida. Recém tinha atravessado, com o poder e a bênção de Deus, o mar Vermelho, onde o exército egípcio pereceu.
Deus tinha enviado o maná, o pão do céu, e codornizes para terem carne para comer. E então o povo começou sua marcha, rumo ao Monte Sinai, onde receberiam de Deus os Dez Mandamentos.
O povo havia deixado o deserto de Sim, rumo a Refidim. Chegando em Refidim, o povo esqueceu de todas as maravilhas que Deus tinha realizado no Egito, de como a mão poderosa de Deus os tinha libertado de 400 anos de escravidão. Esqueceu-se das promessas feitas aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, de que eles habitariam na Terra Prometida, na terra que manava leite e mel.
Esse povo, na travessia do deserto, duvidou da presença de Deus. E reclamaram contra Moisés e contra Deus dizendo: “Porque nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, a nossos filhos e a nossos rebanhos?”
Que povo ingrato, esse povo de Israel. Como puderam duvidar e questionar a Deus diante de tantas maravilhas e milagres que Deus realizou?
Mas Deus, cuja compaixão e misericórdias são infinitas, PERDOA, e no meio do deserto faz brotar água de uma rocha, que Moisés feriu com seu cajado.
E a partir daquele dia, aquele lugar se chamou MASSÁ – que quer dizer provar, testar a Deus, e MERIBÁ – que quer dizer contender, discutir com Deus. E o povo provou, discutiu com Deus, questionando: “ESTÁ O SENHOR NO MEIO DE NÓS OU NÃO?”
Como é bom, como é maravilhoso, quando estamos na caminhada da vida andando pelos pastos verdejantes e junto a águas tranquilas.
Mas como é difícil a caminhada, e como dói quando temos que atravessar o deserto da dor, da angústia e da dúvida.
Mas, se observarmos na Bíblia Sagrada, os personagens que passaram pelo deserto, no final vamos ver o bondoso Deus saciando-lhes a sede, dando paz e descanso a quem (no sofrimento) permaneceu na fé.
E assim como Deus fez brotar água da rocha em Refidim, para saciar a sede do povo, assim, no deserto, não abandonou o profeta Elias, que era alimentado pela comida que os corvos lhe traziam.
Assim, depois de 40 dias no deserto, em jejum, onde Jesus foi tentado pelo diabo, Deus amparou seu Filho, enviando anjos para o servirem.
Assim, deste modo, com amor, ainda hoje Deus trata o seu povo, com amor Deus trata seus filhos.
E Jesus afirma: NO MUNDO, PASSAIS POR AFLIÇÕES, MAS TENDE BOM ÂNIMO, EU VENCI O MUNDO.
Notem, Jesus pede para termos BOM ÂNIMO no deserto da vida.
Ele pede isso aos cristãos, porque ele, com sua morte na cruz, venceu o diabo e o pecado, e, com sua gloriosa ressurreição, VENCEU a morte, o nosso maior inimigo.
Mas nós, na nossa pequena fé, não somos diferentes do povo de Israel no meio do deserto.
Quantas vezes, nós também, no meio do deserto da vida, duvidamos, questionamos e discutimos com Deus dizendo:
ESTÁ O SENHOR NO MEIO DE NÓS OU NÃO?
Quantos no meio desta tragédia que agora atinge o Rio Grande do Sul, também questionam: DEUS NOS ABANDONOU? ESTÁ DEUS NO MEIO DE NÓS OU NÃO?
Irmãos e irmãs: Somos pequenos, somos frágeis, somos homens e mulheres de pequena fé, diante das tragédias em nossa vida.
Nesse difícil contexto, facilmente deixamos de olhar para as maravilhas de Deus, para o poder de Deus, para a misericórdia, o amor de Deus e suas promessas, caindo na tentação de só olhar para o deserto, para a dor, para as dificuldades e angústias, como se não houvesse alguém infinitamente maior que cuida de nós.
Talvez, vale lembrar aqui o ditado: NÃO DIGA PARA DEUS QUE VOCÊ TEM UM GRANDE PROBLEMA, MAS DIGA PARA O SEU PROBLEMA – EU TENHO UM GRANDE DEUS.
Um Deus maravilhoso, que fez promessas como:
– Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, PORQUE TU ESTÁS COMIGO (Sl 23.4).
– Que ele, o nosso Deus, é refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações (Sl 46.1).
– Não temas porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel (Is 41.10).
– E, quando ficarem velhos, eu serei o mesmo Deus; cuidarei de vocês quando tiverem cabelos brancos. Eu os criei e os carregarei; eu os ajudarei e salvarei. (Is 46.4)
E é sempre bom lembrarmos que a fidelidade de Deus é infinita, pois cumpriu a maior de todas as promessas, enviando Jesus Cristo ao mundo, seu único e Santo Filho para morrer por nós, pobres e miseráveis pecadores.
Estimados amigos e amigas
Quando no deserto da vida, a dor, a angústia e a dúvida se abaterem sobre o seu viver, e você se sentir como o povo de Israel no deserto de Refidim, e se perguntarem:
ESTÁ O SENHOR NO MEIO DE NÓS OU NÃO?
NÃO PRECISA DUVIDAR!
Deus caminha com você no deserto.
E se for preciso, ele fará brotar água da rocha.
– Fará o que for preciso para saciar a sua sede.
– Fará o que for preciso para lhe dar descanso aqui neste mundo.
– Fará o que for preciso para conduzi-lo aos pastos verdejantes e às águas tranquilas da gloriosa vida eterna nos céus.
ESTÁ O SENHOR NO MEIO DE NÓS OU NÃO?
SIM, Deus está no meio de nós. Ele jamais irá nos abandonar. Amém.
Paulo Henrique Voltz
Pastor
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