O grito de independência, à beira do Ipiranga, é embalado por um ideal de realeza e imponência. Afinal, essa é a imagem deixada por Pedro Américo, em sua pintura clássica que retrata o 7 de setembro de 1822. Dom Pedro sobre um belo cavalo, de espada erguida, com suas vestes reais e com imponência, lutando pela liberdade de uma nova nação.
Há historiadores que questionam esta pitada heroica sobre o 7 de setembro. O escritor Laurentino Gomes relata uma versão bem diferente. Dom Pedro estaria viajando com sua comitiva no lombo de uma mula, vestido como um tropeiro e acometido por um forte desarranjo. Há registros de que a independência não foi tão heroica assim. O Brasil precisou fazer um acordo financeiro com Portugal, herdando a dívida portuguesa de 2 milhões de libras com a Inglaterra. E, assim, nasceu um país já endividado.
A Bíblia relata um ato de libertação. Poderíamos até lembrar a libertação do povo do SENHOR da escravidão do Egito. Ou até mesmo o retorno do exílio. Mas tudo isso era apenas uma sombra, um spoiler de algo maior e definitivo: o sacrifício do Cordeiro de Deus. Na cruz, Deus providenciou uma libertação que não tem fronteiras. É para todas as nações! E se dá pelo ouvir da Palavra e do crer no Senhor Jesus como fonte dessa independência, dessa libertação dos poderes da morte e do inferno.
Enquanto o povo brasileiro vai às ruas revestido das cores do seu país, o povo de Deus pode viver sua rotina revestido com as qualidades do seu Salvador (Gl 3.27). Nos festejos da independência de uma nação, cristãos são convidados a ir ao culto para celebrar aquele que os libertou do império das trevas e os colocou para dentro do seu Reino da graça e do perdão (Cl 1.13). Se o cantar do hino nacional é um rememorar o brado retumbante às margens plácidas do Ipiranga, cristãos são convidados a cantar seus belos hinos que relembram os grandes feitos do Senhor.
“Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um Cordeiro sem defeito nem mancha” – diz a Palavra em 1Pedro 1.19. Graças a Jesus, já estamos garantidos na Pátria Celestial. Mas nossos dias ainda se dão por aqui, no Brasil a que Dom Pedro deu início – seja de forma heroica ou não. E é por este país que oramos e clamamos, para que seja uma pátria justa e decente.