Margarete Maria Castro de Ávila
Prof. Me. Língua Portuguesa
Osório, RS
“Professora, existe pronome neutro?” Com este questionamento feito pela aluna, iniciou-se o melhor diálogo em sala de aula. Acredito que consegui dar resposta segura a eles. Pois estavam todos muito aflitos sobre a resposta que eu lhes daria. Então afirmei: Na gramática Normativa da Língua Portuguesa não existe pronome neutro. (Isso em relação a “todes”.) Podem responder dessa forma a quem lhes questionar. A partir daí não pararam mais de fazer perguntas, foram dois períodos de muitas dúvidas e incertezas que pairavam sobre a cabeça deles.
Iniciou-se uma incursão sobre quem é Deus, se existe inferno, se Deus tinha criado o mal, se existe perdão para a blasfêmia, entre outras questões. Tentei dar o melhor de mim naquele momento. Aproveitei para afirmar-lhes que, em seu amor e graça, Deus acolhe a todos os que creem em seu Filho Jesus Cristo, como seu Senhor e Salvador, pois só ele é o Caminho e a Verdade que nos conduz à vida eterna no céu, conforme João 14.6.
Falei-lhes sobre tudo o que eu creio. Foi uma aula memorável. Sendo professora de Língua Portuguesa, não imaginei um dia viver momento tão sublime.
Contei-lhes sobre Lutero, a tradução da Bíblia, o casamento com Kate. E como Lutero redescobriu que o “Justo viverá por fé” (Rm 1.17). Creio que Deus conduziu aquela aula, cheia dos mais variados questionamentos sobre a fé cristã. E Deus diz que devemos falar, seja oportuno ou não. Falava e orava pedindo orientação a Deus.
Percebo que existe um vazio existencial em nossos alunos, e Dostoievski diz que esse vazio é do tamanho de Deus. Quanto mais a tecnologia é desenvolvida, mais carentes e sem rumo estão se tornando.
Muitas famílias estão deixando a cargo do professor, não só o ensinamento da disciplina, como também a educação que deveriam lhes proporcionar; muitos pais estão sendo omissos. Isso acarreta sobrecarga aos professores. Existe uma falta de respeito entre eles e também em relação ao professor, comportamento inadequado, brigas, xingamentos, etc.
Sem contar que o currículo está demasiado extenso, não temos como cumprir o que a BNCC nos impõe. Temos alunos especiais que precisam de atenção especial no preparo e administração das aulas e tantas outras demandas. Enfim, estamos sobrecarregados, esgotados; é preciso que se tenha um olhar diferenciado a todos que de certa forma tentam conduzir à aprendizagem.
Como Igreja Luterana peço, lutemos por mais escolas cristãs. Isso poderá reverter esse quadro tão triste pelo qual estamos passando.
O nosso aluno precisa ter conhecimento de Deus urgente. As famílias desestruturadas não têm como oferecer esse suporte às crianças. Precisamos de alguma forma apresentar Jesus aos alunos. Nossos alunos estão carentes do amor de Deus. Que o bondoso Deus nos capacite como igreja para realizarmos grandes coisas.
Martinho Lutero disse: “A Deus, aos pais e aos mestres nunca poderemos agradecer suficientemente”. Parabéns e sempre gratidão aos nossos queridos professores e professoras de todas as querências!
Belo e oportuno relato!
Parabéns, Professora MargareteI Voce foi briliante com sua classe, como professora e cristã luterana convicta e clara em expor a sua fé!
Que Deus continue usando-a como testemucha preciosa de sua missão!
Pastor Nilo Figur, Saint Louis, Estados Unidos
Parabéns! Pelo assunto. Pelo texto. E, principalmente, pela iniciativa e propriedade de derivar para assunto ‘religioso’ o tema da aula em função do questionamento sobre “pronome neutro”.
O que está ficando raro são professores sem viés politico-partidário, com ideologias estranhas e desconectadas da fé cristã. Parabéns, Profa. Me. Margarete! Teus alunos são privilegiados!