Felipe Erdmann Euzebio
Pastor Conselheiro do DIGRA
Conselheiro da JELB (Gestão 2022-2025)
A convivência entre gerações é um desafio que não apenas se apresenta na sociedade, mas também dentro da igreja. Conectar desde a criança até o idoso, em um espaço de acolhimento e harmonia, pode parecer uma tarefa difícil. Porém, em Cristo, encontramos o fundamento perfeito para unir todas as idades em um só corpo, para uma oportunidade de crescimento mútuo.
Num ano que a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) celebra seus 121 anos de história e a Juventude Evangélica Luterana do Brasil (JELB), seus 100 anos de caminhada, temos duas grandes datas e um enorme desafio: manter o jovem conectado à vida da igreja.
Quando a nossa preocupação é com o jovem, talvez podemos dizer que é uma preocupação tardia, ou seja, é preciso acordar antes. É necessário investimento de tempo, preparo, qualificação para o trabalho com as crianças. Olhar para a escola dominical com muita atenção e ver que ali é uma grande oportunidade para fazê-las crescer no conhecimento da Palavra e na sua fé. Em consequência, também aproveitar ao máximo o tempo de instrução de confirmandos, para que os adolescentes também sejam muito bem embasados e edificados na Palavra de Deus, e creio que a educação cristã vai precisar continuar.
Vivemos tempos difíceis, e, com toda a certeza, as dificuldades de hoje não são as do passado em várias situações. Porém, o problema é quando queremos estabelecer em qual época foi mais difícil viver. O problema é quando menosprezamos as dificuldades e sofrimentos que as nossas gerações passam. O problema é querer fazer da igreja um local da nossa geração, em que as mais novas precisam simplesmente aceitar tudo.
Grande é o desafio para continuar sendo uma igreja que se preocupa com o jovem em primeiro lugar e não com o crescimento da igreja e seus departamentos.
Lutero nos ensinou que, através da graça de Deus e da fé em Cristo, somos libertos para servir uns aos outros. Esse serviço se estende entre gerações, onde cada grupo traz suas dádivas únicas. Os mais velhos compartilham sabedoria, experiência e ensinamentos; enquanto os jovens oferecem energia e criatividade sobre a missão da igreja.
Na prática, a convivência harmoniosa entre gerações, na igreja, deve partir da valorização mútua e do diálogo. Lembrar e respeitar as histórias vividas pelos mais velhos ao mesmo tempo em que se oferece acolhimento aos sonhos e projetos dos mais novos é essencial. Esse equilíbrio é uma expressão do corpo de Cristo, onde cada membro tem seu papel e sua importância, pois todos fazem parte da igreja.
Que possamos continuar construindo, com amor, empatia e respeito, um ambiente onde todos se sintam acolhidos e fortalecidos para viver a fé cristã. Que a igreja continue sendo um lugar onde crianças, jovens e idosos caminham juntos, aprendendo uns com os outros e louvando a Deus, o Pai de todas as gerações.
Querida igreja, finalizo essa breve reflexão, lembrando algo que é óbvio, mas de que constantemente precisamos ser lembrados: “A igreja é de Cristo, e nós somos seus instrumentos para que o Espírito Santo possa agir conforme e onde lhe apraz”. Por vezes corremos o risco de assumir um peso que não é nosso, de achar que a igreja depende apenas das nossas ações, dos nossos planos, do nosso trabalho; e nos esquecer de que Jesus, além de prometer estar conosco todos os dias, também é o Senhor da igreja. Confiemos no seu cuidado e amor, façamos tudo para honra e glória do seu nome, nos esforcemos ao máximo no que estiver ao nosso alcance, mas lembrando sempre de que ele é o guia e mantenedor da sua igreja.
*Veja abaixo a palestra do pastor Felipe Eusébio, dia 15.03, no Encontro Nacional de Líderes da LLLB:
Acesse aqui a versão impressa.