Artur Charczuk
pastor e psicanalista
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Halloween, na língua portuguesa, é o dia das Bruxas. Quando olhamos para sua história, o Halloween é de origem céltica, no noroeste da Europa continental, de uma tradição chamada Samhain, significando o fim de verão. Para os celtas – povo politeísta –, o Samhain era a possibilidade de os espíritos dos mortos voltarem e vagarem por entre os vivos, causando medo e insegurança. Como forma protetiva, o povo vestia fantasias e acendia fogueiras a fim de agradar os bons espíritos e espantar os maus.
Halloween é uma palavra abreviada de All Hallows´ Eve, pela junção dos termos hallow, que significa santo, e eve, que significa véspera. A data do dia das bruxas é anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro. Surgiu nos Estados Unidos, no século 19, com imigrantes irlandeses e passou a ter um peso comercial. É, portanto, um produto cultural importado que vem alcançando cada vez mais povos adeptos.
Mas afinal, por que tal festividade está alcançando tantas pessoas? Quando olhamos para o movimento do Halloween, seu combustível é o medo. E como uma emoção fundamental da psique humana, apesar de o medo auxiliar o ser humano a evitar situações de risco, por outro lado, o Dia das Bruxas é um espaço onde as pessoas procuram o medo voluntariamente. Ou seja, uma tradição comercial norte-americana querendo assustar em solo brasileiro.
No entanto, em um mundo com tantas catástrofes, por quê simular o medo? Cientificamente, podemos explicar que quando se tem a sensação de controle, medo e prazer ficam mais próximos. Isso ocorre porque o neurotransmissor da dopamina entra em ação. A dopamina é responsável pela sensação de prazer e medo no indivíduo. Como é apenas um simulacro, o medo controlado dá um sentimento de alívio para a pessoa. É algo do tipo “é assustador, mas é irreal, então tudo bem”.
Assim o Dia das Bruxas é um mecanismo para o ser humano enfrentar seus próprios medos. Máscaras, maquiagens de caveiras ou de bruxas e fantasias são formas encontradas para o ser humano diminuir sua ansiedade perante seus próprios receios. É um aparato que busca tocar os sentimentos que são indecifráveis para o sujeito. Aquilo que é desconhecido, incerto, interrogativo, frustrante, amedrontador e assim por diante.
O Halloween mostra um lado extremamente frágil do ser humano e um profundo desejo de controle. É a busca pelo sentimento de alívio – ter alívio diante de uma realidade de medo real, não simulado. O Halloween, portanto, é uma tentativa de o ser humano dissipar seus medos, brincar com eles e controlá-los. É simplesmente uma grande metáfora dos medos humanos, uma momentânea troca dos medos reais pelos imaginários.
BUSQUEI O SENHOR, E ELE ME ACOLHEU
“Busquei o SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores” (Sl 34.4). Quando lemos o versículo, temos a doce mensagem de um Deus que ouve as aflições humanas. Um Deus que perdoa, que salva, que se oferece como refúgio para o ser humano. Enquanto o mundo oferece uma tradição chamada Halloween, para o homem afugentar seus dramas, Deus concedeu seu único Filho para carregar os pecados da humanidade. Sendo assim, querido irmão que agora lê este artigo: somente Jesus Cristo é o verdadeiro socorro e proteção perante o mundo e seus obstáculos. As invenções humanas, como o Halloween, apenas fazem o homem caminhar em círculos, não encontrando o tão desejado alívio.
Firmados em Jesus, confiando no Filho de Deus, é que temos o refrigério diante das circunstâncias da vida. Para nós, cristãos, não é uma questão de controle, mas de entrega, de saber que somente Jesus pode cuidar da vida do ser humano pecador. Evitemos o Halloween e suas contradições, dado que: busquei o SENHOR, e ele me acolheu”.


