Cidadão, honra ou uma vocação!

Em nossos dias se fala muito em cidadania! Não somente nas escolas, mas principalmente nos meios de comunicação. Ser cidadão envolve outros aspectos de nossa vida que poderiam ser lembrados por nós, como: honestidade, empatia, respeito e muitos outros. O homem na sociedade precisa ser cidadão e exercer sua cidadania, e ao mesmo tempo ser lembrado constantemente do que é ser cidadão!

Lutero lembrou na Tábua dos Deveres, no Catecismo Menor, que ser cidadão é um dever de consciência, respeitando as autoridades, porque elas foram instituídas por Deus para o bem de um povo ou nação. Ainda, devemos orar por nossas autoridades, isto é: para termos uma vida mansa, tranquila, e, além de tudo, porque isso é agradável ao Senhor. (1Tm 2.1-3 – NAA).

O apóstolo Paulo também abordou esse assunto em seu tempo, e trouxe alguns conselhos sobre cidadania. Lembrou aos Romanos que era necessário cumprirem seus deveres, a quem imposto, imposto, a quem respeito, respeito. E também em sua carta a Tito, quando pediu a ele que lembrasse os membros daquela igreja de que deveriam se sujeitar às autoridades e ser obedientes (Tt 3.1 – NAA).

O mesmo apóstolo também falou de outra cidadania, quando escreveu aos Filipenses em 3.20. Paulo lhes disse que somos cidadãos dos céus, e aguardamos ansiosos a vinda do Senhor Jesus. Desta forma, Paulo não só deu seu testemunho e conselho para que possamos ser bons cidadãos, enquanto aqui vivemos, mas mostrou que algo melhor e mais sublime está reservado aos filhos de Deus, a Pátria Celeste, que o Hinário Luterano, no hino 389, diz que é o nosso lugar!

Como cristãos e já herdeiros deste reino celeste, ao cumprir toda sua obra da salvação, Jesus não retirou do mundo os cristãos, mas lhes deu uma missão, de serem luz e sal no mundo, a fim de que por suas obras e modo de vida possam testemunhar o grande amor que Deus teve por toda a humanidade.

Ao lermos sobre Jesus na Bíblia, vemos que ele não somente frequentava a igreja, o templo ou a sinagoga naquela época, mas circulava entre as pessoas, e neste meio também estavam as autoridades, aos quais por várias vezes Jesus apontou o céu, e lhes mostrou que não era contra as autoridades ou de que as pessoas exercessem sua cidadania, mas ele mesmo incentivava e convidada as pessoas a respeitarem suas autoridades bem como também procurassem cumprir com seus deveres de cidadãos.

O ser cidadão, cristão, não é o cumprimento de regras e leis, pois o ensino de Jesus vai além disso. Através da nossa cidadania podemos testemunhar como Deus amou o mundo e, para o bem das pessoas, ele próprio instituiu as autoridades, não somente para o erro ser punido, mas para que as autoridades fossem os representantes de Deus dentro da sociedade. Pois não há autoridade que não seja instituída por Deus (Rm 13), lembra Paulo!

Lembramos neste mês o Dia da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Assim como lemos acima, Jesus nos chamou nessa vocação para sermos cidadãos neste mundo. Enquanto aqui estivermos, aproveitemos as oportunidades para o testemunho de como Cristo amou ao mundo. Mas também aguardemos ansiosos o chamado de Jesus para estarmos eternamente com ele na Pátria Celeste, onde não mais viveremos no cumprimento de regras ou leis, mas, sim, viveremos eternamente alegres na presença de Deus, pois no céu não há mais leis, sofrimento ou deveres, porém muito amor e alegria, pois os cidadãos deste mundo agora são, através de Jesus e sua obra, cidadãos da Pátria Celeste!

Ervino Martim Spitzer

Pastor em Ponta Grossa, PR

Conselheiro da Liga de Leigos Luteranos do Brasil

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