Mãe em quarentena

Talvez este seja o momento em que nós, mães, mais tenhamos exercido nossa missão de educar. Sempre desempenhamos nossa função fazendo “mil coisas” ao mesmo tempo. Leva, busca, ajeita, trabalha, prepara, estende, recolhe, cozinha, dobra, varre, limpa, exercita, come, alimenta, ora, corrige, repreende, ensina, aprende e educa… ufa! Não é fácil.

Mas esse último ano trouxe, junto com muitas outras aprendizagens, uma forma de realizar tudo isso e mais um pouco dentro de casa. Com os filhos, em casa. As aulas, em casa. As atividades extras, em casa. As comemorações, em casa. Os cultos, em casa. Tudo em casa! Se antes já tínhamos, em muitos momentos, olhos e ouvidos atentos às nossas ações e reações, agora os temos em TODOS os momentos.

Eu sempre digo que, ao recebermos nossos filhos, recebemos junto uma força que não imaginávamos ter e poderes que até então desconhecíamos. Força por muitas vezes estarmos angustiadas, preocupadas e confusas internamente. Mas nos mostramos confiantes, tranquilas e até entendidas daquilo que sequer sabemos por onde começar. Poderes de um beijo calmante, de um abraço renovador, de um chá milagroso, de uma palavra confortadora e um ouvido compreensível.

E disso tudo, que não temos certeza de nada, só tem uma explicação: é Deus. É Deus que nos faz exercer as “mil e uma utilidades” de mãe, nos trazendo em seus braços e dizendo: “Não temas, eu sou contigo”. É Deus que, diante de perdas, saudades e isolamento nos dá uma força além do normal para, diante de todo esse cenário, mostrar aos nossos filhos que Deus está conosco. Deus não nos abandonou. Não nos abandona. Não nos abandonará.

Certa vez, vi num filme e, posteriormente, achei esse texto nas redes sociais, que ilustra talvez a melhor forma de mostrar o atual momento:

“Eu pedi forças, e DEUS me deu dificuldades para me sentir forte.

Eu pedi sabedoria, e DEUS me deu problemas para resolver.

Eu pedi amor, e DEUS e deu pessoas com problemas para ajudar.

Eu pedi favores, e DEUS me deu oportunidades.

Eu não recebi nada que pedi, mas tive tudo o que precisava…”

Diariamente recebemos muito, muito mais que pedimos. Assim como, muitas vezes, enfrentamos o nosso dia a dia muito mais firmes e fortes do que pensávamos. O mais importante de tudo isso é saber que é Deus que nos dá força, suporte e tudo aquilo que precisamos. E nisso tudo, não podemos falhar em nosso papel “mães”: mostrar aos nossos pequenos, médios ou grandes filhos que Deus é Deus. Que se vier doença, Deus é Deus. Se vier o desconhecido, o medo, a insegurança, Deus é Deus. Que quando olhamos para trás e não enxergamos as “pegadas” de Deus ao nosso lado, é porque ele, em seu infinito amor e misericórdia, está nos carregando em seu colo.

Por isso, diante de um maio tão diferente, de um Dia das Mães tão “isolado”, que saibamos sempre usar essas oportunidades para mostrar que Deus é e está conosco. Que vivamos esse amor no nosso convívio diário, tão próximo nos últimos meses. Que não esqueçamos jamais de sentar, ouvir, conversar e, acima de tudo, orar com nossos filhos, para que tudo isso passe logo e que saibamos aprender com esses momentos, pedindo a Deus a sabedoria, a força e o amor para desempenhar essa sublime, intensa e maravilhosa missão de ser mãe. Deus nos abençoe e abençoe nosso Dia das Mães, não só em maio, mas todos os dias da nossa vida.

Carine Kopereck Hoffmann

Congregação da Paz, Concórdia, SC

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