Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel (Hb 10.23)
No dia 24 de junho comemoramos os 117 anos de fundação da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). E novamente essas celebrações acontecem em meio às incertezas causadas pela pandemia. Será que estamos vivendo o momento mais difícil da história da IELB? Temos motivos para desanimar?
É evidente que não! Se olharmos para trás, vamos perceber que nossos pais passaram por situações tão ou mais difíceis. Por exemplo, entre 1914 e 1918, ocorreu a Primeira Guerra Mundial. Embora a participação do Brasil nesta guerra tenha sido modesta, nossos pais sofreram fortemente os seus efeitos.
Ainda sob o impacto da guerra, em 1918, e nos anos seguintes, eles sofreram as consequências da Gripe Espanhola, que vitimou em torno de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Também no Brasil muitas pessoas morreram. E a crise econômica agravou-se ainda mais.
Em 1929, aconteceu a grande crise da Bolsa de Valores dos Estados Unidos da América. Como os norte-americanos eram os principais compradores dos produtos brasileiros, especialmente do café, a crise impactou fortemente o dia a dia de nossos pais, com desemprego em massa, crise no setor agrícola e muita pobreza.
Entre os anos 1939 a 1945 ocorreu a Segunda Guerra Mundial, vitimando em torno de 60 a 70 milhões de pessoas. Nessa guerra, o Brasil teve uma participação mais significativa, enviando mais de 25 mil soldados para os campos de batalha, e as consequências também foram bem mais significativas para a população brasileira, a ponto de faltar leite e pão em muitos lares.
A história, portanto, nos mostra que a caminhada da IELB não foi nada fácil, foi uma caminhada de muitas lutas, de enfrentamento de muitas dificuldades. E como foi possível superar todas as adversidades? Certamente nossos pais se agarraram em Deus e nas suas graciosas promessas, crendo que ele é fiel e cumpre todas as suas promessas. E que promessas são essas? O autor da carta aos Hebreus nos diz que Jesus, pelo seu sangue, isto é, pelo seu sacrifício na cruz, abriu novo e vivo caminho para Deus (Hb 10.19,20). Assim, pela fé em Jesus Cristo, podemos contar com a presença e as bênçãos de Deus aqui neste mundo e podemos ter a certeza da vida eterna no céu. E nessa sua relação conosco, Deus nos promete: “Quem crer e for batizado será salvo…” (Mc 16.16); “… E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28.20); “… todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus…” (Rm 8.28).
No capítulo 11 da Carta aos Hebreus, somos ensinados sobre a natureza da fé e somos desafiados a olhar para o testemunho de fé que foi dado pelos antepassados, começando por Abel, passando pelo patriarca Abraão e chegando às muitas pessoas que sofreram perseguição e até mesmo o martírio. E no capítulo 12, versículos 1 a 3, nos é dito: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de todo peso e do pecado que tão firmemente se apega a nós e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus. Portanto, pensem naquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem”.
Geraldo Walmir Schüller
Presidente da IELB