Esposa de pastor

A ESPOSA DO PASTOR

“Ao lado de todo grande homem há uma grande mulher”, diz um ditado popular. Este dito por ser aplicado também ao pastor e à sua esposa. O pastor e sua esposa, quer queiram quer não, exercem uma posição de liderança por palavras e por atitudes e podem ser considerados “um grande homem” e “uma grande mulher”. Queremos dar um destaque à esposa do pastor, principalmente as “eméritas”, como é a proposta desta coluna no Mensageiro Luterano. O termo bem conhecido, em muitos lugares, para se referir à esposa do pastor, é “Frau Pastor”, um resquício da nossa herança germânica.

Não sei por que, mas há muito mais viúvas de pastores do que pastores viúvos. E essas senhoras merecem todo o nosso respeito e consideração. Que história cada uma delas tem para contar? Quantas alegrias, quantas frustrações, quanto trabalho, quanto sofrimento, quantos planos que deram certo e outros não…

Ser esposa de pastor não é uma profissão, com tarefas específicas e lista de deveres a serem cumpridos. Muito sofrimento foi causado a esposas de pastores por cobranças por parte de alguns membros. Cada pessoa, e cada esposa de pastor, tem os seus dons, com os quais serve ao Senhor. Algumas servem na linha de frente, outras servem nos bastidores. Algumas tem o dom da liderança, da música, do ensino. Outras tem o dom de trabalhar em equipe, ou de apoiar o marido em casa nos seus planos e trabalhos. O maior dom é o de ser mãe, e jamais uma esposa de pastor deveria descuidar da educação dos seus filhos para se dedicar à igreja. As tarefas precisam ser balanceadas, assim como acontece com os membros da igreja também.

Lembro bem da reação positiva de muitas esposas de pastor quando há alguns anos foram promovidos Concílios Pastorais com a participação das esposas. A esposa de um pastor de idade me disse, com o rosto sorridente: “É a primeira vez que posso acompanhar meu marido numa programação oficial da igreja”. Na ocasião, foi muito discutido o papel da esposa de pastor, e as mais variadas experiências foram compartilhadas.

Minha mãe era a esposa de um pastor, e, depois que o meu pai faleceu, ela continuou sendo chamada de “Frau Pastor” por 20 anos, até ser chamada para o lar eterno. Era uma espécie de “Frau Pastor Emérita”. E, o quanto sei, nunca interferiu no trabalho das outras esposas de pastor que serviram a congregação. Tenho uma lembrança muito boa da minha mãe, do carinho com que tratava as pessoas, seu rosto sorridente e sua boa vontade. Não lembro dela tocando harmônio (órgão) na igreja, apesar de gostar de tocar harmônio com uma mão só em casa. Ela não dava escola dominical, nem foi presidente do departamento feminino. Não ensaiava o programa de Natal. Não exerceu cargos de liderança no distrito ou na comunidade. E não lembro se ela era cobrada por isso. Mas ela estava sempre lá: nos cultos, no coral, nas visitas com meu pai. E uma grande lembrança que eu tenho dela: ela estava em casa, à disposição dos filhos e sempre pronta para auxiliar o marido. Ela era o porto seguro quando o marido voltava da escola que atendia em dois turnos; e quando voltava cansado de viagens a cavalo ou de moto para atender as muitas congregações que ele servia nos finais de semana; e quando os filhos voltavam da escola, esfomeados, e com tarefas escolares para fazer. Cuidava da sua horta e do jardim. A limpeza e arrumação do salão que servia como escola durante a semana e como igreja aos domingos era tarefa dela. E sempre encontrava tempo para sentar e ler a sua Bíblia, além da devoção diária com a família. Enfim, foi uma boa mãe, uma boa esposa e uma boa “Frau Pastor”.

Imagino que muitas esposas de pastor, hoje viúvas ou ao lado do seu marido emérito, se identificam com o perfil de minha mãe. A realidade mudou e o perfil de muitas esposas de pastor hoje em dia é diferente. Mas uma coisa todas têm em comum: a vontade de servir a Deus e ao seu povo, começando com a sua família.

Quando trazemos a lista das viúvas de pastores e professores, queremos honrar todas as “Frau Pastors” e esposas de professores sinodais, e incentivá-las a trocarem experiências quando se encontram, compartilhando não apenas as frustrações, mas, principalmente, as boas experiências. Nas redes sociais, às vezes, notamos bastante amargura por parte de algumas esposas de pastor. Perdoem os que causaram dores e sigam adiante, sem revidar. Aos congregados, pedimos compreensão e amor para com a família pastoral, pois é uma família que está na vitrine e que tem os mesmos desafios de qualquer outra família. Minha esposa e eu não podemos nos queixar do apoio e carinho dos congregados nos vários lugares em que servimos. Houve cobranças e dias nublados, mas as alegrias e o serviço prestado lado a lado compensam qualquer problema que possa ter existido. Estando agora eméritos, temos mais tempo para nos dedicar um ao outro e fazer o que ainda temos condições de fazer.

Fica aqui a nossa homenagem, em primeiro lugar, a todas as “Frau Pastors Eméritas”, mas também a todas as demais esposas de pastor e de professor sinodal. Que o Deus de toda a graça as mantenha fiéis e firmes na verdadeira fé em Jesus e abençoe a cada uma na situação em que se encontra, fortalecendo as fragilizadas, consolando as enlutadas, orientando as que estão na ativa, e, acima de tudo, abençoando a família de cada uma.

Na carta aos Romanos, no capítulo 16, versos 1 a 15, o apóstolo Paulo menciona várias mulheres nas suas palavras de despedida: Febe, Priscila, Maria, Trifena, Trifosa, Pérside, a mãe de Rufo, Júlia e a irmã de Nereu. E acrescenta algumas qualidades de destaque destas mulheres: “Está servindo à igreja… tem sido protetora de muitos e de mim inclusive… meus cooperadores em Cristo… que muito trabalhou por vós… as quais trabalhavam no Senhor… que tem sido mãe para mim…”. Deixamos essas boas lembranças do apóstolo Paulo nas mãos e no coração das esposas de pastor e de professor, para que elas reflitam o quanto são importantes na vida de muitas pessoas, a começar pelo seu marido e seus filhos.

Reunião de eméritos em Itapoá, SC, em 2019:

Célia Marize Bundchen (Fermino)

Renilda Pahl (Ernesto)

Maria Eni Sperb (Nelson)

Alice Lautert (Nelson)

Hildegar Wille (Ivo)

Judite Tomé (Breno)

Marli Lemke (Emir)

Neida Raschke (Cláudio)

Traudi Verdin (Samuel)

Sandra Muller (Romeu)

Viúvas de pastores e professores sinodais até a data de 10 de dezembro de 2021

Alma Rossow Pieper

Anita Elisa Berwig

Anita Luiza Eurich

Avanir da Rosa Neumann

Bertha M. Edelgard Littig

Blondini Lili Rheinheimer

Carmen Lúcia Deringer de Souza

Cláudia Sabin Sander

Cornelia Klumb Schmidt

Delci Geier Bredow

Diane Nerling

Dora Sander Elicker

Dorothea Maria Gedrat Ramison

Eleonor Elenita Goebel Hepp

Elisabeth Krieser

Elizabet Guse Eidam

Érica Lindenau Krebs

Erminda Strelow Tilp

Ester Storer Müttelstaed

Eugenia Edith Gueths

Eunice Schmidt Grams

Gerta Becker Pfluck

Giesela Küsely Freiesleben Beck

Gladis Rehfeldt

Glenda Castro P. Schüler

Guaciara Chaves Talasca Arend

Hedi Sjlender

Hilda Tiberowski Schadt

Inge Schüler

Ingeborg R. Rottmann

Iolanda Vrielink Rennecke

Iracema Darci Glienke

Iris Hegele Kunzendorff

Irma Flor

Ivone Ingeborg Schüler

Ivone Nilva Muller Wolff

Ivoni Petry Schünke

Ivoni Schneider Krick

Izaura Eler

Joana Antoniuk Tyski

Ladi Nilva Schuenke Krick

Leony Storer Bündchen

Lia Hildegard Flick Klagenberg

Lígia Madalena Albrecht

Lorena dos Santos Thomé

Lorita Brunhilde Ohnesorge

Lourena Stücker Sonntag

Luciene da Silva Leite Schmidt

Lurdes Krieser

Lydia Gade Schwalemberg

Marcia Gall Haas

Marcia Proescholdt Wilhelms

Margaretha F. Pietzsch

Maria Isolda Jacoby Hoffmann

Mariana Blank Reinicke

Marie Luize Heimann

Marli C. Manske

Meri T. Rigo Guillande

Mirna Kaemmerer Kohler

Mirtes Ester Hirschmann

Mônica Vaz Zschornack

Nair Reschke

Naomi Hoerlle Warth

Nelda Irma E. Leitzke Müller

Neli Loni Pooch Zenkner

Neli Ziegler Sperb

Nelma Lange Holdorf

Nilsa Krick

Nilza Langhaus Jung

Nilza Liliane Soster Nerling

Odete Teresinha Fischer

Odila Nilva Jandt

Olívia Ianke Reimann

Rode Lima dos Santos

Saly Idila Lutz Steyer

Serli R. Reinholz

Silma Bierhals Fuchs

Solange Schneider Nitz Wille

Stael Witt Jagnow

Sueli Teresinha Lange

Traula Kunstmann

Venilda Figur Ruppenthal

Vera Augusta Welzel

Virgilina Delma Hoffmann Bauer

Viviane Schwalemberg Griep

Wanda Linden

Wilka Solange Starosky

Carlos Walter Winterle*

Pastor emérito

[email protected]

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