O que adoece primeiro: corpo ou alma?

Quero iniciar este artigo trazendo um questionamento: É possível separar a alma do corpo? Alguns cientistas trazem a informação de que a alma está localizada no timo, órgão que é responsável pelo funcionamento das glândulas corporais e que fica situada no centro do peito. Já outros cientistas dizem que a alma está no centro das células cerebrais. Ou seja, sob o ponto de vista científico, é praticamente impossível um ser humano ser desprovido de alma.

Há um grande questionamento sobre qual a finalidade da doença em nossa vida e sobre o nosso corpo. Por que algumas pessoas sofrem tanto com problemas de saúde e outras passam sua vida com plenitude de saúde? Alguns até podem dizer que a doença, as depressões e tantos outros sintomas e enfermidades estão relacionados à falta de fé.

Porém, a psicossomática – ciência que estuda os efeitos dos fatores sociais, emocionais e psicológicos sobre o corpo e sobre o bem-estar das pessoas – salienta que as doenças estão relacionadas ao controle das emoções, sentimentos e ao modo de pensar. As emoções incontroladas e os pensamentos negativos desencadeiam desequilíbrios do pensamento (mentais) que, consequentemente, sobrecarregam as funções orgânicas e atrapalham o funcionamento normal do corpo. Isso ocorre por diversas questões, especialmente aquelas ligadas a experiências ruins e traumas não superados.

O estresse gerado por essas emoções negativas afeta a capacidade de coordenação cerebral, o que impede a liberação de substâncias importantes para o necessário ajuste da fisiologia do organismo. A somatização desses fatores – de ordem emocional e física – resulta em um ciclo vicioso que se manifesta por meio de dores e de múltiplas doenças físicas. Quando não tratadas adequadamente, essas complicações podem evoluir gradativamente e comprometer a saúde do indivíduo de forma cada vez mais intensa.

Percebe-se então que, ainda que não sejam bem esclarecidas, a origem das enfermidades tem como base as causas emocionais e os distúrbios psicológicos a elas associadas. Como por exemplo: tendências à negatividade, influências ambientais, modo de enfrentamento dos problemas, isolamento social, sensação de angústia e tristeza e dificuldade de compartilhar e de conversar sobre os conflitos internos e que alimentam as emoções negativas, inseguranças, traumas de infância, dificuldades profissionais, perdas financeiras, luto e muitas outras causas.

A origem dos sintomas está relacionada às sensações que cada um alimenta em sua mente. Como por exemplo: um casal acaba de se separar de um casamento de 17 anos, e eles têm filhos gêmeos de 14 anos de idade; depois da separação dos pais, os filhos do casal desenvolvem sintomas diferentes, um deles desencadeia alergia de pele e outro, adoece de gastrite. A pergunta é: se são gêmeos, a sensação da dor da separação dos pais não deveria ser igual para ambos? A resposta é não! Pois cada um possui sensações diferentes, e os conflitos relacionados à percepção do evento causador são identificados por cada um de uma forma; por esse motivo, a interferência química do cérebro resulta em sintomas diferentes e em sentimentos diferentes.

Agora com essa breve explicação de como surge o sintoma, você já deve imaginar a resposta ao título acima, certo? Podemos dizer então que alma adoece primeiro, e esta alma adoecida, atribulada, permite que os pensamentos se tornem repetitivos em relação a algo que não está conforme o desejado. E os pensamentos interferem na resposta química do organismo, fazendo com que o corpo expresse esses sentimentos que não são colocados para fora de forma ideal.

Existe um ditado muito popular que diz: “O que a boca cala, o corpo fala”. E é este o verdadeiro sentido dos sintomas se manifestarem no corpo. Quanto mais se cala diante de uma situação não resolvida, ou algo que poderia ser falado e no instante foi calado, é dada a largada para nosso organismo ser morada de sintomas e doenças das mais simples às mais complexas.

E, para que possamos evitar tais sintomas afetarem nosso corpo, é de extrema importância ter alguém para compartilhar nossas dores mais profundas. Podem ser amigos, seu pastor, companheiros e, inclusive, buscar a ajudar de profissionais, como de psicólogos, que estudam exatamente para isso, acalmar o pensamento dolorido e as sensações que precisam ser faladas e expressadas. Dessa forma, podemos amenizar nossas questões emocionais e afastar as doenças e os sintomas do nosso corpo.

Liege Maitê Hübner Wendler

Psicóloga clínica da saúde

Especialista em Nova Medicina Germânica

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