O final do mês de outubro nos proporciona uma verdadeira salada de frutas. É como se jogássemos no liquidificador elementos do paganismo e também do cristianismo. Essa mistura tem gostinho de cultura celta, americana, alemã e brasileira. Sim, tudo junto e misturado. Bem no dia 31 de outubro.
Em meio a essa mistura toda, precisamos de sabedoria para traçar uma linha divisória entre o que é lúdico e o que é inconveniente – até mesmo perigoso.
O dia 31 de outubro é facilmente vinculado à festa do Halloween. Uma festa americana com tom infantil, com fantasias e doces ou travessuras. A origem do Halloween está longe de ser doce para crianças. O início de tudo é um ritual celta chamado “samhain”. Um banquete servido para vivos e mortos. Acreditava-se que era a festa onde o mundo dos mortos misturava-se com o mundo dos vivos. Para repelir espíritos e demônios que vagavam à procura de pessoas a serem possuídas, os celtas fantasiavam-se de forma horrenda e grotesca, acendendo também fogueiras. Assim, estariam repelindo os espíritos maus. Tudo isso foi, ao longo do tempo, misturado a conceitos cristãos, como a véspera do Dia de Todos os Santos.
Crianças fantasiadas à caça de doces podem não ter conhecimento desse pano de fundo do Halloween. Mas os pais podem e precisam ter. E, com sabedoria, saber a dosagem correta entre uma simples festa à fantasia e uma festa com símbolos e conceitos que celebram a morte e até parecem estar invocando o mal. Pais, cuidem com os amargos doces que seus filhos podem experimentar.
No Brasil, 31 de outubro é o Dia do Saci Pererê. Um clássico do folclore brasileiro. Sufocado pela cultura americana. Mas o dia 31 de outubro também nos convida a viajar para a Alemanha, 1517. A Reforma Luterana. Lutero trouxe de volta a Palavra como centro da igreja cristã, reforçando o que a própria Palavra ensina: salvação somente pela fé em Cristo! Este Jesus, sim, é vitorioso sobre a morte – com a qual o Halloween, por vezes, parece flertar.
Então fica a dica: “Conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8.32). Esse versículo, que foi fundamental na Reforma Luterana, também é fundamental hoje, diante do Halloween. Com a verdade e com princípios cristãos, cada pai e mãe precisa saber o limite entre o lúdico e o que não convém. Cuidado para que a doçura não esconda travessuras.