Entre o ensino e o sentimentalismo

Quanto mais a pregação, a música e o culto me embriagar de dopamina e de tantas outras sensações prazerosas, mais o Espírito do Senhor está atuante. Será mesmo?

Posso estar errado. Mas tenho a impressão de que, dentre tantas denominações evangélicas que surgem à revelia, há uma certa disputa para ver onde há uma maior presença do Espírito Santo. E quando digo isso, falo do espetáculo. Como se a presença do Senhor pudesse ser medida. Quanto mais a pregação, a música e o culto me embriagar de dopamina e de tantas outras sensações prazerosas, mais o Espírito do Senhor está atuante. Será mesmo?

Neste final de semana, quando a cristandade celebra o envio do Espírito Santo, evento chamado de Pentecostes (Atos 2), quero relembrar como o próprio Deus descreve a ação do seu Espírito. Jesus disse: “o Espírito Santo que o Pai vai enviar em meu nome ensinará a vocês todas as coisas e fará com que lembrem de tudo o que eu disse a vocês” (Jo 14.23). O mesmo Jesus disse: “Quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas” (At 1.8). Ainda falando do Espírito Santo, Jesus disse que ele iria convencer “as pessoas do mundo de que elas têm uma ideia errada a respeito do pecado e do que é direito e justo e também do julgamento de Deus” (Jo 16.8).

A atuação do Espírito Santo está vinculada ao ensino e ao lembrar a palavra de Jesus. Ele envia e capacita para o testemunho cristão, ou seja, falar daquilo que lhe foi ensinado. O Espírito Santo não é uma força que torna o mundo uma fábula de leveza e bem-estar, mas ele também afronta o pecado, fala do juízo e da justiça de Deus, corta na nossa própria carne, escancara a podridão humana e a necessidade total de Cristo.

Sabendo disso, se hoje eu fosse procurar uma igreja para me alimentar na Palavra, eu teria muito cuidado. O espetáculo pode ser vazio. O sentimentalismo pode ser algo meramente terapêutico. A sensação de bem-estar não vai resolver minhas culpas. Na hora da minha morte, eu quero confessar a Cristo como meu Senhor e descansar em seu perdão – e essa confissão se dá através do ensino da Palavra, e não do espetáculo.

Então fica a dica: onde a pregação da Palavra está presente, ali o Espírito Santo está agindo. Seja debaixo de uma árvore. Na sala de uma casa. No leito do hospital. No culto cristocêntrico que, mesmo que este não brinque com minhas emoções, me fortalece na confissão que me dá vida eterna: Cristo Jesus é meu Senhor e Salvador. 

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