O empoderamento feminino é assunto que, frequentemente, nos salta aos olhos. De acordo com a ONU, este empoderamento é a luta por direitos e reconhecimentos iguais entre mulheres e homens na sociedade – de forma especial, no mercado de trabalho. Todo o cuidado é pouco para não nos intoxicarmos com as extremidades deste empoderamento, colocando, em um extremo, homens e mulheres como gêneros rivais e, em outro extremo, colocando o universo feminino em um submundo sem voz nem vez na sociedade.
Seguindo uma linha sadia e tênue, sem pisar nestes perigosos extremos, gostaria de realizar um pedido neste universo de empoderamento feminino. Ele se endereça ao doce coração de mãe. O pedido é: mãe, seja mãe. Mesmo que a agenda esteja cheia, que os compromissos engulam nosso tempo e que haja vislumbre e realização no sucesso profissional. O pedido é para que você, mãe, seja uma mulher empoderada não só na sociedade, mas que seja empoderada também para seus filhos.
Mãe é, de certa forma, uma mulher divinamente empoderada. Mães são empoderadas pelo Senhor para realizar tarefas com maestria e doçura. Elas são empoderadas para acalmar o filho que acorda em meio a um pesadelo. São empoderadas para oferecer um colo que acalma medos e dores. Mães são mulheres empoderadas para contar histórias bíblicas ao pé da cama, para orar com os filhos de pijama antes de dormir, para ensinar a eles que estar no culto é prioridade na vida cristã. Ser empoderada por Deus também é ser revestida de sabedoria para falar e agir quando os filhos crescem e enfrentam suas próprias crises e culpas – inclusive, quando estes começam a se desviar do Caminho que a mãe ensinou. Ah, e não há como esquecer que mães são empoderadas para preparar aquele bolo com cobertura extra de chocolate, que deixa qualquer filho lambuzado até às orelhas.
Ser uma mulher empoderada como mãe é desafiador. A máscara da pandemia caiu e, com ela, voltaram as agendas cheias e as jornadas exaustivas durante a semana. É preciso ter tempo para os filhos. E este, quem sabe, seja o maior desafio de todos. Ter tempo. A mãe precisa de tempo com seus filhos. O pai precisa de tempo com seus filhos. O pastor precisa de tempo com seus filhos. Os congregados precisam de tempo para seus filhos. Por vezes, a agenda cheia nos sufoca. Por outras, parece ser fácil jogar-se no sofá depois de um dia cansativo e mergulhar nas redes sociais – que podem ser bênçãos ou verdadeiras ladras de nosso tempo. Eis o desafio moderno. Ter tempo.
Tenho mais um pedido. Que você, mãe, seja uma mulher que se alimenta no poder do Senhor Deus. E que poder é esse? O evangelho! Ele é o “poder de Deus para a salvação de todo o que nele crê” (Rm 1.16). Beba deste poder, mãe, do poder que brota do sangue de Jesus. Nele há perdão para mães que carregam as dores de ter falhado com os filhos. Há consolo para aquelas que já têm filhos na vida eterna. Há conforto para os que não têm mais a mãe para abraçar. E, de forma muito especial, em Jesus há forças e esperança para as mulheres que não foram chamadas de mãe.