O inverno está aí. A natureza faz seu ciclo de vida. Depois de um verão tórrido e de um outono que terminou com grandes chuvas pelo Rio Grande do Sul, agora é hora do inverno colocar as cartas na mesa. Para a paixão de muitos. E para a lamentação de tantos outros.
Já na abertura dessa nova temporada há um dia diferente dos demais. É o dia mais sombrio de todos. Antes que você vá pensando em assombrações ou algo do gênero, lembre-se dos tempos de escola. Lembra do solstício de inverno? É o dia mais curto do ano. Devido à inclinação da terra, a incidência da luz solar sobre o hemisfério sul é menor. Assim começamos o inverno, com um dia mais sombrio do que iluminado.
Vez por outra também experimentamos algo parecido com o solstício de inverno. Ou seja, na vida, também há os dias em que o que se sobressai não é o brilho das tantas bênçãos de Deus ao nosso redor, mas sim, as sombras de dores e sofrimentos. Sejam elas as ansiedades da vida. O término de um relacionamento. O diagnóstico de uma doença. Um luto não superado. Culpa e remorso de um passado vergonhoso. E quem dera que momentos assim ficassem restritos a apenas um dia, como é o solstício de inverno. Mas há dores e sombras que se arrastam por semanas, meses, épocas.
Em meio aos períodos sombrios, é tempo de lembrar que nem a dor mais profunda é capaz de obscurecer aquele que é a “luz desse mundo” (Jo 8.12). Em meio ao caos, lá está ele. Na sua Palavra. Na sua ceia. Revigorando. Perdoando. Consolando. Fortalecendo. Sim, nenhuma sombra é forte o suficiente para nos afastar de Jesus. Sua morte e ressurreição garantem vida plena, abundante, ao que nele crer – mesmo, que vez por outra, hajam dias sombrios e pesados. Lembre-se: “o choro pode durar a noite inteira, mas pela manhã vem a alegria” (Sl 30.5).
Então fica a dica: o solstício de inverno nos lembra que também há os dias vividos à sombra. Mesmo assim, o povo de Deus aguarda o dia da redenção. Aí sim será tempo do cumprimento da promessa: “A minha luz brilhará sobre você para sempre, e os seus dias de luto chegarão ao fim” (Is 60.20)!