“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
Estavam morando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Assim, quando se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que foi tomada de perplexidade, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam atônitos e se admiravam, dizendo:
— Vejam! Não são galileus todos esses que aí estão falando? […] COMO OS OUVIMOS FALAR SOBRE AS GRANDEZAS DE DEUS em nossas próprias línguas? (At 2.1-11 – NAA).
Esse evento único na história do povo de Deus, aconteceu em Jerusalém, 50 dias após a gloriosa manhã da Páscoa. Nesse dia, uma multidão reuniu-se admirada, perplexa e espantada diante do que viam e ouviam: som vindo do céu, vento impetuoso, línguas de fogo sobre a cabeça de todos. Era o Espírito Santo iluminando e entusiasmando os seguidores de Cristo. Pessoas falavam das grandezas de Deus em todas as línguas conhecidas na época. O que estava acontecendo? Uns louvavam a Deus, outros riam e zombavam. Em resumo: era a presença visível do Espírito Santo, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – que descera, como prometido pelo Salvador Jesus, agora elevado ao Céu, sobre os seus seguidores – a igreja cristã do Novo Testamento.
E quem eram essas pessoas que falavam da grandeza de Deus naquele dia? Eram pessoas simples! Eram os pescadores da Galileia, depois discípulos de Jesus; eram aqueles que fugiram entre as árvores do Getsêmani, que negaram a Jesus, que se esconderam atrás de portas lacradas, que estavam espalhados pelo mundo conhecido de então. Essas eram as pessoas que agora anunciavam as grandes coisas que Deus fez para a nossa salvação, que agitaram a população de Jerusalém.
O Espírito Santo cria e sustenta a igreja cristã; transforma corações incrédulos em corações tementes a Deus; é quem impulsiona os cristãos a falarem das grandezas de Deus. Admirados e perplexos, uns perguntavam aos outros sobre este milagre: – Como é que todos estamos ouvindo essa gente falar em nossa própria língua a respeito das grandes coisas que Deus tem feito?
Martinho Lutero, em seu Catecismo Menor, fez uma descrição precisa da ação e função do Espírito Santo em nossa vida pessoal e na história do povo de Deus, na explicação do 3º artigo do Credo Apostólico. Isso nos ajuda a entender melhor o que aconteceu no Dia de Pentecostes, lá em Jerusalém.
“Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira fé. Assim também chama, congrega, ilumina e santifica toda a cristandade na Terra, e em Jesus Cristo a conserva na verdadeira e única fé. Nessa cristandade, perdoa a mim e a todos os crentes diária e abundantemente todos os pecados, e, no dia derradeiro, ressuscitará a mim e a todos os mortos, e dará a mim e a todos os crentes em Cristo a Vida Eterna.”
O Mensageiro Luterano quer ser isso: testemunha dos grandes feitos de nosso Deus!
Nilo Wachholz
Editor