Somos uma sólida igreja histórica, herdeiros da Reforma. O que nos trouxe até aqui foi a graça do nosso Pai, que chamou homens e mulheres para servir, uns como pastores e outros como leigos (os não pastores). E serão esses servos que, juntos, trabalharão para que permaneçamos, sob essa mesma graça, uma igreja forte. Para isso, precisamos de três pilares:
UNIDADE – Pastores e leigos juntos no trabalho do Reino de Deus. Podemos e devemos trabalhar juntos para o Reino de Deus, tanto no âmbito espiritual como na parte administrativa da igreja, desde a congregação, paróquia, distrito até à Direção Nacional. Pastor Geraldo e eu temos trabalhado assim, juntos. Há inúmeros exemplos bíblicos desta parceria. Temos essa prática muito bem consolidada nas Organizações Auxiliares (EBD, JELB, LSLB, LLLB), com diretorias formadas por leigos e pastores. Para alcançarmos essa unidade, precisamos de cargos, eleitos e processos bem claros para cada função, inclusive tendo o pastor voz e voto. Há um conceito dentro da IELB que pastor não deve se envolver nas questões administrativas e que leigos não devem se envolver nas questões espirituais ou cúlticas. Ambos devem estar juntos nessas questões, desde que, capacitados e treinados para desenvolverem com excelência suas funções. Essa capacitação e treinamento já acontece com nossos pastores, nos seis anos de sua formação no Seminário Concórdia. Nós, leigos, também precisamos cuidar e buscar nossa formação continuada, sendo treinados para assumir nossas vocações administrativas, quanto também nas atividades cúlticas da igreja.
SÍNODO – somos uma igreja sinodal nas questões de culto. Porém, no âmbito administrativo somos pequenas ilhas, onde cada um faz o que achar melhor, por tradicionalismo ou conveniência. E essas ilhas se tornam pequenos arquipélagos quando temos essa prática como paróquia e distrito. Eis o grande motivo de me colocar à disposição para trabalhar no Conselho Diretor da IELB. Em 2016, tentei desenhar o organograma da IELB por várias vezes e não tive sucesso. Recorri aos amigos gestores – gente que entende do assunto e da IELB –, e não conseguimos. Não conseguimos porque não temos um organograma administrativo coeso. Faltam-nos processos claros, que acabam deixando várias pontas soltas – sendo a origem de muitos problemas administrativos. Para ajustarmos a dinâmica de trabalho, devemos ser um sínodo também nas questões administrativas, com um organograma estruturado, com funções e procedimentos bem definidos, além, é claro, do mais importante, praticarmos e respeitarmos essa estrutura em todos os níveis da nossa amada IELB. Acredite, é possível sermos uma só igreja no âmbito administrativo, e já começamos essa caminhada. Criamos um grupo de trabalho para analisar nossa atual estrutura administrativa, identificar quais ajustes precisam ser feitos, pensar e estudar a fundo a eclesiologia na estrutura administrativa, e ouvir e buscar soluções. Por fim, vamos apresentar um plano para caminhar juntos e sermos uma IELB também forte no âmbito administrativo.
EQUILÍBRIO – Em todos esses passos não podemos esquecer o que somos, nossa história, nossos valores e nossa missão. Para isso, precisamos ter equilíbrio. Sair de uma zona de conforto é difícil, reconheço. Mas precisamos, de forma equilibrada, promover as mudanças administrativas necessárias para cumprir nossa tão valorosa missão, que é levar Cristo para todos.
Juliano Schneider Belz
Presidente