Há quem diga que mandarim é a língua do futuro, pois é essencial no mundo dos negócios e da economia e pelo avanço no crescimento populacional da China. O inglês é igualmente importante, pois está cada vez mais frequente em nosso dia a dia. Em hotéis, comércios, universidades e empresas de tecnologia, ter fluência ou mesmo conhecimento intermediário na língua inglesa é pré-requisito para admissão de funcionários.
O mesmo deveria valer na relação com os surdos e o conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) pelas pessoas ouvintes. São mais de dez milhões de brasileiros surdos, e a comunicação ainda é uma barreira a ser vencida. “Se a pessoa quer ser instrumento de acessibilidade para o surdo e também alavancar seus conhecimentos, é necessário que aprenda a Libras e o mundo rico de significados que ela traz”, explica Adriana Herculano, autora do livro Por amor a um filho surdo – buscas e soluções.
Adriana lembra que muitas conquistas já foram alcançadas, como o reconhecimento da Libras como meio de expressão e comunicação da comunidade surda; a obrigatoriedade do ensino da língua para professores e outros profissionais; e o ensino bilíngue a crianças surdas ou com deficiência auditiva.
Como mãe de surdo, Adriana recebeu a maternidade especial como uma forma desafiadora e ao mesmo tempo enriquecedora. “Nossa experiência e vivências junto à surdez se transformaram num livro, onde além da biografia, dos desafios diários de uma família que recebe um bebê surdo no lar, ele traz também muitas informações para quem navega no mesmo barco”, relata.
O livro estimula a reflexão e mostra o que a aquisição da língua materna do surdo pode significar em seu desenvolvimento. “A nossa experiência não quer dizer sobre certo e errado, mas apontar caminhos. Gosto de dizer que a Língua Brasileira de Sinais foi a base de toda a nossa comunicação, o sol de nossas vidas, e hoje meu filho leva uma vida completa e feliz na sociedade ouvinte”, lembra Adriana.
O livro também traz a importância da comunicação para a pessoa surda, que necessita encontrar uma forma de comunicar plenamente seus valores e opiniões sobre todos os assuntos, e o mais importante: seus sentimentos. Adriana reforça: “Sem a comunicação, nada somos. E é sobre a necessidade de comunicar-se que fala o livro”.
MEC sugere a leitura
Editado pela Editora Concórdia, o livro Por amor a um filho surdo, de Adriana Gil Haas Herculano, foi indicado pelo MEC como sugestão de leitura sobre a cultura surda. A Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (DIPEBS), por meio da Secretaria de Modalidades Especiais (Semesp) do Ministério da Educação (MEC), lançou a Proposta de Currículo para o Ensino de Português Escrito como Segunda Língua para Estudantes Surdos. Trata-se de uma minuta de proposta de referencial curricular para estudantes surdos, matriculados na educação bilíngue de surdos, na educação básica e no ensino superior. Foram produzidas seis cartilhas que serão utilizadas em escolas do Brasil.
“Foi uma grande conquista para mim, como autora, a seleção do livro como indicação de leitura sobre cultura surda para o ensino médio. Essa é uma grande conquista também comemorada pela comunidade surda”, comemora Adriana.
O livro Por amor a um filho surdo – buscas e soluções está à venda no site da Editora Concórdia, acesse clicando aqui.
*Em setembro são lembrados o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21) e Dia Nacional do Surdo (26). Você ou sua Congregação realizam algum trabalho voltado às pessoas com deficiência ou com surdos? Escreva para gente!