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A riqueza do silêncio

“Em silêncio, ler a Palavra, mergulhando integralmente nela. Ler. Reler. Entender. E com este precioso silêncio, completar o ciclo perfeito: ler a Palavra e orar. Sim, orar. Mesmo em silêncio. Derramar o coração nas mãos do Senhor”

        

            Na sociedade hiperconectada, o silêncio vale ouro. Fomos desacostumados a ter os ouvidos em repouso. Nos acostumamos com a poluição sonora dos grandes centros. Com o som do carro sempre ligado. Ou com os fones de ouvido sempre conectados enquanto caminhamos pela cidade. E os sons das notificações, que nos furtam a atenção constantemente? Sem falar nos áudios recebidos no WhatsApp, nas músicas que salteiam de story em story.

          Neurocientistas da Universidade de Washington, em 2001, desenvolveram um estudo onde foi comprovado que o cérebro, quando em repouso e sem os estímulos auditivos, funciona em “modo padrão”, assimilando e organizando as informações recebidas. Enquanto o excesso de estímulo auditivo gera uma mente alerta e sob estresse, o silêncio é capaz de permitir à mente o relaxar, ser criativo e abrir espaço para novas ideias. Para uma melhor qualidade de vida e até mesmo para uma melhor produção intelectual, apreciar a riqueza do silêncio é uma boa pedida.

          Observando os evangelhos, especialmente o escrito por Lucas, vamos observar Jesus se “desconectando” do barulho das multidões, afastando-se para orar sozinho. O mesmo Jesus, falando sobre o orar, repreende a vida de oração dos hipócritas que gritavam pelas praças para serem vistos pela multidão e ensina que um dos melhores locais para orar é no silêncio, na intimidade e na privacidade do próprio quarto. O salmo 4, quando fala da necessidade do arrependimento e da autoavaliação diante do Senhor, diz: “sozinhos e quietos nos seus quartos, examinem a sua própria consciência”. Com a cabeça sobre o travesseiro, o silêncio pré-sono permite organizar os pensamentos e repensar algumas atitudes. Exatamente como sugere a pesquisa feita na Universidade de Washington.

          Não faltam motivos para desconectar-se do excesso de sons. O tempo de silêncio precisa ser cultivado. Explorado. Sorvido. Precisamos organizar a mente, permitindo que ela fique oxigenada, com um precioso momento para si mesma. Pode ser uma caminhada em meio à natureza, longe dos ruídos urbanos e sem fones de ouvido. Ou que tal tomar um bom chimarrão (ou cafezinho), à tardinha, com os pés na grama, apreciando o entardecer e conversando com seus próprios pensamentos? Durante a prática da corrida de rua, no clarear do dia, enquanto a cidade ainda dorme, não costumo usar fones de ouvido. E vocês não imaginam quantas ideias para estudos e mensagens surgiram justamente neste momento.

          Há um momento em que este desconectar-se dos ruídos nos permitirá conversar com a nossa própria mente. De uma forma profunda. Exortando-a ao arrependimento. Aplicando a ela o perdão dos pecados. Aprendendo com ela princípios para tomadas de decisões que serão éticas e condizentes com a fé cristã. Falo do estar em silêncio diante da Palavra do Senhor. Apenas nós e Deus. Sem as notificações do celular. Sem o som do rádio. Sem a TV despejando seus conteúdos. Em silêncio, ler a Palavra, mergulhando integralmente nela. Ler. Reler. Entender. E com este precioso silêncio, completar o ciclo perfeito: ler a Palavra e orar. Sim, orar. Mesmo em silêncio. Derramar o coração nas mãos do Senhor.

          Ter um momento de silêncio é precioso. E até necessário. Quando este momento é vivido com Palavra e oração, este silêncio torna-se uma das maiores riquezas de nossa vida.

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