O Pai da Administração

Caro leitor do Mensageiro Luterano, me formei em Administração de Empresas na faixa dos 30 anos. Quando estava estudando no primeiro semestre, lembro que alguns colegas mais jovens questionavam com muita veemência os professores do porquê estarmos estudando os “pais da administração” e não a administração moderna. Eles não entendiam a necessidade de saber como foi se formando a disciplina com Ford, Taylor e outros pais da administração moderna.

Lembrando disso, e antes de falar do assunto principal, gostaria de dizer como a Bíblia é MARAVILHOSA. Sei que ela é Palavra de Deus, mostra o seu amor pelo ser humano, mas ela também contém ensinamentos para nossa vida pessoal e profissional impressionantes!

Um desses ensinamentos que eu quero compartilhar é de um personagem que realmente acho o “pai da administração”. Falo de Jetro, sogro de Moisés. Encontramos o relato do nosso artigo em Êxodo 18, quando Jetro foi levar a esposa e os filhos de Moisés até ele.

Quero utilizar esse artigo para exemplificar e, se possível, auxiliar na administração em nossas igrejas e congregações. É uma leitura muito interessante, e incentivo a todos a meditarem nela, percebendo a sensibilidade e astúcia de um verdadeiro consultor de empresas (usando palavra da moda, um Coaching). Logo no v.8 temos o relato de Jetro conhecendo a história do povo de Israel e de como eles saíram do Egito e tudo o que aconteceu, das alegrias e dificuldades.

Chamo a atenção à importância disso quando chegamos a lugares onde não conhecemos as pessoas e os costumes. Por vezes, vejo pastores e líderes que acabaram de chegar em uma congregação, sofrendo e se irritando muito com a igreja local, por querer colocar suas ideias em prática na chegada. Mas quando vemos o que Jetro fez, percebemos que primeiro ele ouviu tudo atentamente e se alegrou.

Importante esse se alegrar, pois em todos os lugares há problemas, mas também muitos momentos de alegria, e se envolver com isso é importante para entender como introduzir e implantar as novidades imaginadas. Depois, Jetro prestou culto a Deus; nesse momento, podemos dizer, antes de implantar e iniciar um projeto, coloque tudo isso diante de Deus para que ele possa orientar e abençoar.

O próximo passo, após conhecer o histórico, Jetro observou como era o funcionamento daquele povo e do seu líder (v.14). Quando Jetro diz: “Por que você está agindo assim?”, é interessante ver como Moisés parece que fica até contrariado e busca rapidamente explicações, como nós também fazemos. Ele realmente trabalha muito, não percebendo nada de errado no que está fazendo.

E nós, líderes, membros e pastores, quantas vezes queremos abraçar tudo? Estamos trabalhando muito e ficando exauridos de tanto trabalhar? Ouvimos reclamações que achamos infundadas, cobranças que questionamos: Como querem que eu faça isso se trabalho o dia inteiro? No v.17, Jetro disse: — “O que você está fazendo não está certo”. Essas palavras doem no coração de qualquer um de nós quando as ouvimos. Mas não é criticar por criticar, como podemos ver a seguir. No v.18 ele identifica o problema e o que isso está causando no líder e em todo o povo; v.19, ele dá o apoio moral e a legitimidade do cargo a Moisés; no v.20 e seguintes, ele passa o plano de ação para a implantação do programa organizacional.

Por esses motivos, digo que Jetro deveria ser o pai da administração, pois ele faz tudo que a administração moderna diz: Treina (v.20), envolve (v.21), divide tarefa, organiza e tem hierarquia (v.22). Vamos analisar o que estamos falhando em nossas congregações? O manual está aí, é só nos organizarmos e assim levar “Cristo para Todos” de forma mais rápida, dinâmica e organizados, lembrando ainda o v.23, “Se for essa a ordem de Deus”.

Sandro G. Baminger

Vice-presidente Educação da LLLB

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