A dra. Rebeca Fuks, doutora em Estudos de Cultura, escreveu um artigo no qual analisa a frase “O homem é um animal (um ser) político”, do filósofo grego Aristóteles (384 – 322 a.C.). Lembra que o homem é um ser social que precisa pertencer e interagir com uma coletividade para se realizar como ser humano. Sócrates não criou uma teoria. Ele apenas observou o óbvio. Foi Deus que criou os humanos com a natureza gregária. Ao criar Eva, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18).
Ao conviver comunitariamente, o ser humano está sujeito às influências da sociedade e, ao mesmo tempo, é capaz de influenciá-la.
Deus criou os humanos com a capacidade da palavra (logos). Assim, são capazes de transmitir aos outros aquilo que pensam e acreditam, influenciando os semelhantes, tanto para o bem como para o mal. Os cristãos, como seres redimidos pela graça de Jesus Cristo, têm um propósito de vida bem definido por Deus. Estão aí para adorar, louvar e servir ao Senhor e para serem “sal e luz” no mundo para influenciar o povo com a mensagem da salvação.
A pergunta é: Em que mundo vivemos? Sob quais influências vivem nossas famílias?
Vivemos numa sociedade em que a perversão e a decadência moral são evidentes. Os princípios ético-morais são transgredidos sem constrangimento. E a família cristã vive sob o assédio das tentações.
Os cristãos, especialmente os filhos, sofrem má influência em escolas, TV, internet e outros meios de comunicação, sob o sério risco de serem desviados da verdade do evangelho.
Não podemos ser ingênuos e ignorar o contexto social em que vivemos. Não estamos isentos das influências da sociedade e do risco de perder a salvação oferecida por Deus. Precisamos tomar o cuidado de não perder o legado gracioso de Deus: a salvação e a vida eterna.
Em Números 13.25-33 é relatado o episódio em que Moisés organizou uma expedição de 12 espias para observar a terra de Canaã, prometida por Deus ao povo de Israel libertado da escravidão do Egito. No retorno da expedição, 10 dos 12 espias fizeram um relato pessimista. Influenciaram o povo com negativismo e pessimismo. E o resultado foi desastroso: o Senhor determinou que, dentre aquela gente, somente Josué e Calebe, que transmitiram confiança em Deus, e os jovens com menos de 20 anos, herdariam a terra de Canaã. Os demais, que se deixaram influenciar negativamente contra Moisés, ficaram perambulando pelo deserto até morrerem (Nm 14.29,30,33-35).
Precisamos proteger nossas famílias contra a influência dos venenos espirituais e alimentá-las com a Palavra de Deus – para que vivam o perdão, a vida e a salvação que só em Cristo recebemos.
O apóstolo Paulo escreveu aos efésios: “… vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos” (Ef 6.4b – NTLH). O apóstolo também escreveu a Timóteo: “…permanece naquilo que aprendeste” (2Tm 3.14b). O Espírito Santo atuará através da Palavra e fortalecerá e capacitará a todos os seus filhos para que permaneçam fiéis a ele.
Cuidemos dos nossos familiares lendo a Bíblia, fazendo devoções diárias, orando, participando com eles dos cultos e demais atividades da igreja. Incentivemos nossos filhos a testemunharem a fé diante dos colegas e amigos.
As bênçãos de Deus virão aos fiéis, como está escrito: “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o SENHOR falara à casa de Israel; tudo se cumpriu” (Josué 21.45). “Desta maneira deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara a seus pais…” (Js 21.43).
Deus nos ajude para que, caminhando firmes com Deus, herdemos a Canaã celeste, por graça de Jesus!