Em maio, o capelão (Contra-almirante) Gregory Todd foi promovido a chefe de capelães da Marinha dos EUA, supervisionando os 1.100 capelães que ministram a cerca de 650.000 funcionários e seus familiares na Marinha, Corpo de Fuzileiros Navais e Guarda Costeira. O interesse de Todd pela capelania militar começou no seminário. Após a formatura, passou vários anos servindo em uma paróquia e na Reserva da Marinha antes de dar o salto para a ativa, onde está desde então. Todd e sua esposa, Teresa, têm cinco filhas e quatro netos e frequentam a Igreja Luterana Emanuel, em Alexandria, Virgínia.
Como você se tornou capelão militar?
Enquanto frequentava o Concordia Seminary, em St. Louis, um amigo me contou sobre um programa de candidato a capelão pelo qual eu poderia ingressar na Marinha em meio período e aprender sobre capelania naval. Era uma espécie de ROTC [Reserve Officer’s Training Force][1] para estudantes de seminário. Como eu cresci em Seattle e adorava o mar, fiquei intrigado. Durante o verão, participei do curso básico de formação de capelão e, francamente, não fiquei tão impressionado. Era muito sobre trabalho em sala de aula e política. Mas no verão seguinte, participei de um curso do Corpo de Fuzileiros Navais. Passamos duas semanas vivendo no campo com os fuzileiros navais, aprendendo como funcionar e ministrar em um ambiente austero. Eu amei! Eu vi isso como uma oportunidade de trazer o evangelho para um ambiente autêntico, áspero e às vezes nervoso.
Quais foram alguns dos destaques da sua carreira?
São tantos! A maioria deles são pequenos e íntimos, não necessariamente envolvendo centenas de pessoas. A capelania é, na maioria das vezes, um cuidado pastoral individual. […] Eu estava no Afeganistão, e um fuzileiro naval pediu para ser batizado. Com mais de 100 de seus companheiros fuzileiros navais por perto, usei a explicação do batismo do Catecismo Menor de Lutero para ensinar a todos o que estávamos fazendo. Três fuzileiros na primeira fila estavam atentos a cada palavra e, quando terminei, os três apareceram e disseram: “O que você acabou de dizer… é isso que queremos!” […] Agora que estou em uma posição superior e sirvo mais como supervisor, a alegria vem de treinar, orientar e capacitar outros no ministério.
Por que os capelães militares são tão importantes?
Sem capelães militares, muitos de nossos membros luteranos que estão nas forças armadas não teriam acesso imediato à Palavra e aos sacramentos. Além disso, capelães servem como um lembrete icônico para o guerreiro de que eles servem dentro de um contexto de algo maior que eles mesmos. […] Finalmente, capelães têm a oportunidade de levar o evangelho à proverbial “praça pública” com toda a sua confusão e desafios. […] No entanto, nesta caótica praça pública, o evangelho de Jesus Cristo tem oportunidade de brilhar.
Quais são as alegrias deste serviço?
O principal deles é dizer a alguém que Cristo morreu na cruz por ele e que seus pecados foram perdoados. Tantos militares me disseram que nunca ouviram isso antes! Que alegria testemunhar o impacto do perdão de Cristo em primeira mão.
Há mais alguma coisa que você queira que a igreja saiba?
Não posso exagerar a oportunidade que temos de alcançar nossa sociedade através da capelania. A Marinha está nos pedindo para aumentar significativamente o Corpo de Capelães, então estamos procurando desesperadamente pastores com espírito de aventura que são chamados para servir. Não é necessário servir uma carreira inteira de 20 anos. Em três a quatro anos, um capelão dará uma contribuição significativa e receberá uma experiência incrível como conselheiro, interagindo com jovens de 18 a 25 anos e engajando-se na praça pública. Eu convidaria todos os nossos pastores a considerá-lo. Através da capelania naval, Deus me abençoou mais do que eu imaginava.
Fonte:
https://engage.lcms.org/q-a-gregory-todd-fall-2022/
Texto original: Megan K. Mertz | Fotografia: Erik M. Lunsford | Edição: Outono de 2022
Autor: Megan K. Mertz
Tradução: Beatriz Raymann
[1] O Reserve Officers’ Training Corps (ROTC) é um programa universitário oferecido em mais de 1.700 faculdades e universidades nos Estados Unidos que prepara jovens adultos para se tornarem oficiais das Forças Armadas dos EUA. Semelhante ao programa CPOR no Brasil.