Já respirando os ares de setembro, somos convidados a refletir como nação. Afinal, lá se vão 201 anos da proclamação da Independência, feita por Dom Pedro I. Aliás, fico a imaginar a certidão de batismo com o nome completo desta nobreza: Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. Mais fácil Dom Pedro I, não é mesmo?
Desde o 7 de setembro de 1822, muitos eventos formataram nossa nação. Povos originários, imigrantes, questões comerciais, conflitos, formas de se praticar a política e tantos outros fatores, são ingredientes formadores de nossa cultura e jeito de ser. Neste país multicultural, há vários selos de reconhecimento internacional. Brasil, terra do carnaval e do samba. Brasil, país do futebol – será que ainda é? Brasil, povo de tantos folclores. Caberia ao Brasil o selo de “país das crenças”?
De acordo com a pesquisa Global Religion 2023, sim. O Brasil destaca-se quando o assunto é crença. Dentre os 26 países pesquisados, estamos no topo, junto com a África do Sul. Cerca de 89% dos brasileiros afirmam crer em algum ser superior. A média mundial é de 61%. Na outra extremidade da pesquisa está o Japão, com apenas 19%. Observando a estatística de nosso país, algo chama a atenção. Dos que creem em algo, 70% afirmam ser cristãos. Destes, apenas 49% frequentam, ao menos uma vez ao mês, sua igreja. Eis aí um retrato interessante da fé brasileira.
É nesse contexto bem brasileiro que estamos inseridos. Sociedade onde uma pequena porcentagem afirma categoricamente o não crer. E que, mesmo dentre os esmagadores 89% que afirmam crer em algo, ainda assim há muita confusão sobre o conteúdo do crer. Refiro-me ao sincretismo religioso. Uma grande salada de frutas, com ingredientes provenientes das diferentes culturas que marcam o Brasil de norte a sul.
Neste mundo brasileiro, estamos presentes, como uma igreja confessional. E que tem uma mensagem relevante a ser entregue aos brasileiros. Seja aos que professam seu ateísmo. Seja aos perdidos em suas crendices e idolatrias. Seja aos que não sabem exatamente no que realmente creem. Por vezes, precisamos fazer a ginástica que Paulo fez em Atenas (At 17), partindo de “DEUS DESCONHECIDO” até chegar à cruz e à ressurreição de Cristo. Este é o conteúdo do único crer que salva. Eis a exclusividade que choca o Brasil pós-moderno.
A mensagem cristã entregue aos brasileiros tem o poder de transformar. Pela ação do Espírito Santo. Poder para libertar de um sincretismo religioso vazio, com o velho slogan que Deus é um só e que todas as religiões levam ao mesmo alvo. Poder para frutificar uma vida com amor, perdão e misericórdia em um Brasil tão polarizado e acalorado diante de assuntos pontuais. Poder para criar uma fé sólida nas Escrituras, a fim de posicionar-se diante de ideologias e temas que fervilham na sociedade brasileira. Poder para agir de forma ética e quebrar o ciclo de corrupção impregnado na forma de pensar e agir naquele velho jeitinho brasileiro. Se o Brasil é número 1 no crer, significa que nossa sociedade tem portas abertas para o anúncio da Palavra. Pelo menos, por enquanto.
Oremos pelo Brasil conforme a orientação de 1Timóteo 2. Para que “possamos viver uma vida calma e pacífica, com dedicação a Deus e respeito aos outros”.
Acesse aqui a versão impressa.
Resultado: Apenas 62 milhões de brasileiro frequentam ao menos uma vez por mês a Igreja.