Há um lugar encantador. Digno de um belo passeio pela serra gaúcha. E não falo do glamour de Gramado, nem de Canela. Falo da aconchegante Nova Petrópolis, RS. Cidade gaúcha com colonização alemã. Um lugar belo e encantador. Casas no estilo enxaimel, bandinha alemã, bebidas artesanais e a farta culinária comandada por apfelstrudell (torta de maçã), pretzel, cuca e linguiça.
Um belo lugar a se conhecer por lá é o Parque Aldeia do Imigrante. Dentre diversas atrações, há a aldeia histórica. É um lugar para viajar no tempo, para os antigos vilarejos dos imigrantes alemães. Ali ainda existe a casa do ferreiro, a antiga escola com classes de madeira, para sentar-se em dupla. Sem falar na casa do professor, na casa de negócios e uma bela igreja, com detalhes riquíssimos em madeira, especialmente no altar. E, claro, naquela réplica de um vilarejo de imigrantes não poderia faltar algo. Um cemitério. Creio que é apenas uma representação dele, mas com lápides reais, antiguíssimas. E, à entrada, o nome mais belo que já vi para um cemitério. “Harret des Herrn”. E, logo abaixo, sua tradução: “Aguardai o Senhor”.
Que nome profundo e belo. É um consolo. É uma confissão de fé. É uma esperança. Serve para os que já descansam e aguardam a ressurreição dos mortos. Serve também para nós, que estamos vivos hoje, aguardando ansiosamente pela ressurreição dos nossos queridos.
A primeira carta aos Coríntios, capítulo 15, é uma leitura obrigatória para quem precisa ser consolado com a certeza da ressurreição dos mortos. Especialmente neste mês de novembro, em que o Dia de Finados nos convida a ir ao cemitério, levar flores, lembrar com carinho das histórias e dos amores que ficaram no passado. A leitura do texto acima mencionado é guiada pela certeza que o versículo 20 traz: “Mas a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados”. Este é um consolo que emana da ressurreição do Salvador Jesus, o primeiro a ter sido ressuscitado.
Da mesma forma, a primeira carta aos Tessalonicenses é uma leitura que coloca nosso olhar na volta de Jesus e na ressurreição de todos os mortos. Um exemplo disso é o capítulo 4, versículos 16 a 18: “Porquanto, o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”. Veja bem. “Consolai-vos”, diz a Palavra. Que consolo é aguardar o Senhor.
Diante da iminente ressurreição, aguardai o Senhor. Aguardai na fé em Cristo. Sem ele, não há salvação. Aguardai o Senhor, também os nossos queridos que partiram na mesma fé em Cristo. Logo virá a ressurreição, o novo céu e a nova terra.
Da acolhedora Nova Petrópolis, é possível levar várias lembranças. Um suvenir do labirinto verde, por exemplo. Ou algum peso a mais, denunciado pela balança, depois de um reforçado café colonial. Porém, quem visita um cemitério chamado “Aguardai o Senhor” leva consigo o reforço de que a lápide não é para sempre. Vem, Senhor Jesus!