Adeus

Não é simplesmente dizer um “tchau, até mais”. É literalmente um entregar a Deus e confiar nos seus cuidados

Ah, como é difícil dizer adeus. Adeus, diz o recém-aposentado para seus colegas e sua rotina de trabalho de uma vida inteira. Adeus, diz a mãe naquele abraço apertado na filha que está voando para fora do ninho em busca de seus sonhos. Está certo, nem sempre dizer adeus é doloroso. Afinal, adeus também se diz com sorriso no rosto e com gratidão para as visitas de longe que já estão dentro do carro, rumando ao horizonte.

Mas há um adeus que dói mais do que qualquer dor. É a dor das dores. É o adeus carregado de luto, sofrimento, lágrimas, questionamentos e porquês. E, como pastor, infelizmente já ouvi tanto deste adeus, balbuciado em meio a choros e lamúrias. Este adeus dói de forma intensa, latejando no coração, por vezes mais brando, por vezes de forma intensa e destruidora.

Por mais que o adeus nos conduza a sentimentos de saudade e dor, quando mergulhamos na sua etimologia, vamos ver um brilho de consolo e paz – como os primeiros raios de sol que rompem um céu cinzento e pesado de inverno. Adeus significa, literalmente, a Deus, ou seja, entrego-te a Deus. Há quem diga que esta expressão tenha nascido do trabalho de religiosos que, há séculos, diante de uma enfermidade irreversível, utilizavam a frase “a Deus vos recomendo” como forma de despedida e de encomendação do moribundo. Algo que depois, no popular, resumiu-se a um simples adeus.

Em um adeus podemos ter uma fagulha de consolo. Consolo que brota da própria Palavra de Deus, quando ela nos convida no Salmo 37.5: “Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará”. Adeus não é simplesmente dizer um “tchau, até mais”. Adeus é literalmente um entregar a Deus e confiar nos seus cuidados. Adeus é entregar e confiar. Ele cuidará da nova etapa na vida. Ele cuidará da filha que está saindo de casa e dos pais que agora ficam diante do ninho vazio. Ele cuidará da viagem de retorno ao lar. Ele cuidará de tudo. Adeus é um exercício de confiança, não na nossa força, mas nos cuidados do SENHOR.

Entregar a Deus nosso caminho, confiar, e ele tudo fará. Isto se aplica também ao adeus mais dolorido, o adeus banhado em luto. A Deus entregamos a vida que se foi e a dor que nos acompanhará. E o mais, ele fará. Ele nos consolará com sua Palavra e com calor humano. E, na ressurreição do salvador Jesus, o SENHOR já nos deu amostra do que fará. Ele irá ressuscitar todos os mortos. Os que creram serão salvos, os que o rejeitaram serão condenados. E então este adeus mais doloroso será plenamente consolado.

Então fica a dica: vivamos a vida nesta confiança. A Deus entregamos tudo e confiamos no seu cuidado. Mas lembre-se: sem Jesus, o adeus torna-se somente uma expressão vazia. Mas com Jesus, o adeus é algo que nos remete a graça e aos cuidados de Deus.

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