Perigosas adulterações

Diversas pessoas foram enganadas por uma quadrilha que usava Inteligência artificial para produzir vídeos falsos de pessoas famosas, como Gisele Bündchen. O que parecia um vídeo real de um anúncio convidativo e barato, na verdade, era um grande golpe. E o que dizer da mistura de metanol em bebidas alcoólicas? Em São Paulo, vidas foram perdidas por essa intoxicação. Esta adulteração já fez várias vítimas que, sobreviventes, enfrentarão graves consequências.

A adulteração também é nociva e coloca vidas em risco quando esta acontece no ensino e na vida cristã. Isso não é novidade. A roupagem é que muda. O pós-modernismo, revestido de algum tipo de espiritualidade, tira do centro Cristo e sua obra redentora, e coloca como objetivo de vida o bem-estar. Versículos aleatórios embalam um crer que busca apenas prosperidade. Seja ela financeira, emocional ou afetiva. Arrependimento, perdão dos pecados, salvação pela fé em Cristo e um Deus presente também nas dores e provações são trocados por discursos que envolvem dopamina, paixão, beleza, leveza e tantos outros adjetivos que não condizem com a vida cristã real.

Essa moda de colocar as sensações como objetivo do crer é perigosa. Afinal, a vida de um cristão não é apaixonante, linda, como se fosse um conto de fadas. Há também dores. Lágrimas. Quedas. Erros. Provações. Ansiedades. Culpas. Quando a bolha de bem-estar furar, qual será a esperança do crer? Se não estiver fundamentada na morte e ressurreição de Jesus como fonte de vida eterna, poderá acontecer frustrações. Expectativas erradas, frustrações gigantescas.

Às vésperas de celebrar mais um aniversário da Reforma Luterana, preciso externar, com humildade, a bênção que é ser membro de uma igreja que tem Cristo como centro. A centralidade sempre será a pregação da Palavra, que transforma e salva. Com emoção, sem emoção. Na vida comum. Nas dores. Nas alegrias. Mas com um coração alicerçado em Cristo. E não na minha sensação de bem-estar.

Então fica a dica: “pois vai chegar o tempo em que as pessoas não vão dar atenção ao verdadeiro ensinamento, mas seguirão os seus próprios desejos. E arranjarão para si mesmas uma porção de mestres, que vão dizer a elas o que elas querem ouvir” (2Tm 4.3).

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