A mulher não é um plano “b” de Deus, quando ele viu que o homem estava sozinho. “O ser humano não está sozinho, existe como dualidade: um homem e uma mulher”, diz o teólogo e pastor Luterano Dietrich Bonhoeffer. A mulher não é inferior. Foi criada para auxiliar o homem no propósito da criação divina; para estar ao lado dele, vinculada pelos afetos e pela intimidade.
Ela é capaz. Exerce funções, por exemplo, de pilotar aviões, dirigir caminhões, ser astronauta e até “pilota fogão”. Enfrenta, na sociedade doente, os resquícios do machismo, o feminicídio, a discriminação, a remuneração menor e a falta de reconhecimento.
As mulheres se encontram em situações diferentes: jovens, solteiras por opção, casadas, estéreis, divorciadas, viúvas, companheiras através do concubinato, vovós. O certo é que elas são “as rosas entre os cravos.” É a beleza na diversidade da criação. Aqui aparecem as vocações.
Jesus valorizou as mulheres. Quebrou padrões morais da época. Jesus conversou com a samaritana no poço de Jacó. Muitos samaritanos creram no Senhor por causa do seu testemunho. (Jo 4). Jesus ensinou na casa de Marta e Maria (Lc 10.38-42). Estes dois exemplos ilustram capacidades das mulheres: missionárias, hospedeiras, colaboradoras, testemunhas de Cristo.
O apóstolo Paulo destaca a vocação de mãe cristã em 1Timóteo 2.15. A mulher grávida carrega no seu útero um ser vivo. Entrega a sua criança a Jesus antes e depois do nascimento pela oração e pelo batismo. Educa a criança na infância pelas histórias bíblicas (Pv 22.6). Não entrega o seu filho ao mundo após a confirmação. Acompanha o adolescente e o jovem com orientações para a vida aqui e depois.
O professor e teólogo Luciano de Carvalho Lírio alertou para prestarmos atenção aos nossos adolescentes, hoje, se, queremos saber como serão as nossas igrejas daqui a vinte anos. Vivemos tempos líquidos, segundo o sociólogo e escritor polonês, Zygmunt Bauman, o que significa que “nada é para durar”. Este pensamento tem suas raízes no Iluminismo (movimento intelectual e filosófico do século XVIII), que relativiza a educação cristã. Percebemos estas influências quando as pessoas estão adequando a fé cristã aos seus desejos.
A qualidade presencial dos pais com os filhos é um desafio no cotidiano. Uma pesquisa entre jovens cristãos demonstrou do que eles mais se lembravam: os momentos com os pais em família, no lazer e nos cultos na igreja. O isolamento das famílias por conta da pandemia COVID 19 é uma oportunidade para exercer a qualidade presencial juntos: pais e filhos! Qualidade presencial é o aproveitamento do tempo para o que mais importa no sentido integral.
Nestes contextos desafiadores lembramos a vocação da mãe cristã como educadora. Educação cristã faz parte das doutrinas invariáveis das Escrituras. Lutero destaca as muitas boas obras que uma mãe, com o seu marido, pode realizar através da educação. As ferramentas da educação cristã são: a Palavra, a oração, o culto doméstico, a coerência entre fé cristã e as atitudes. Lóide e Eunice, avó e mãe de Timóteo são lembradas em (2Tm 1.5).
A mãe da humanidade foi usada por Satanás, com a cumplicidade do marido, para a entrada do mal no mundo. Deus prometeu o descendente (Gn 3.15), que veio ao mundo através de Maria. Ela carregou no seu útero o Salvador da humanidade: o verdadeiro homem e o verdadeiro Deus.
A mãe cristã traz ao mundo uma criança. Pela educação cristã, a criança se torna uma bênção. A vocação de mãe é dada pelo Espírito Santo para cada serva de Jesus.