Um caminho para a liberdade

Escapando Do “Paraíso” Vermelho

O objetivo deste livro é mostrar alguns dos horrores que aconteceram por trás da Cortina de Ferro, dos quais o mundo só tomava conhecimento pelo testemunho dos que de lá conseguiam escapar. É óbvio que ninguém foge de um país por esporte ou prazer, existe um motivo muito forte que é o de recuperar a dignidade e liberdade que lhe foi roubada.

O livro aborda a vida da família paterna da autora, na Rússia no tempo dos czares, e depois na época de Lênin e Stálin. A fuga desde Ekaterinoslav via Moscou até o outro extremo do país, onde conseguiram atravessar a fronteira para a China sobre um rio congelado. Viveram como refugiados na cidade de Harbin, na China, de onde migraram para o Brasil em 1932, estabelecendo-se na selva junto ao rio Iracema, em Santa Catarina.

O livro inclui documentos, histórias de atrocidades e a lista dos passageiros que desembarcaram no Rio de Janeiro em 28 de junho de 1932. Inclui ainda a história da família materna, que conseguiu sair da Rússia antes que as fronteiras se fechassem, e, posteriormente, vieram ao Brasil via Polônia.

Autora: Erica Margita Neumann
Dimensões: 16×23 cm
Número de páginas: 348
Ano: 2021
Edição:
2ª edição ampliada

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Leia o Prefácio do livro Escapando do “Paraíso” Vermelho

Desde a infância eu ouvia a narração da dramática história que meus avos com suas famílias experimentaram. Para que sua história peculiar não seja perdida com o passar do tempo, e para que eu possa fazer uma homenagem à grande coragem deles, eu decidi colocar no papel todos os fatos. Eu também gostaria de mostrar que tipo de tragédias o comunismo provoca. O projeto inicialmente modesto acabou se tornando mais amplo: contexto histórico, hábitos locais, fotos, desenhos, mapas e outros detalhes foram adicionados para ajudar com a compreensão das migrações e, no final das contas, fazer mais claro e mais compreensível a razão por que eles tiveram que abandonar o país que era seu lar.

As bases desta obra são fotos e documentos. Também, o testemunho de sobreviventes foi adicionado: meus pais, tias e primos. É a história deles que é contada aqui. Minha prima Frida Wichmann trouxe fotos e documentos pessoais da família dela. Meus primos Reynold, Arnoldo e Vinícius Frenzel fizeram o mesmo. Minha tia Adina Teuner e meus pais me deram fotos e documentos que eles ainda possuíam, apesar da fuga e toda a miséria pela qual eles passaram. Com todos estes materiais, era possível começar este projeto. Muitas outras pessoas me ajudaram de uma maneira ou de outra e me deram apoio. Eu gostaria de agradecer a todos que me proporcionaram informação, que me ajudaram com traduções e que ofereceram ajuda por conselhos. Alguns amigos da família, com os quais meus avós tinham se encontrado na Rússia ou em Harbin, foram entrevistados: Olga Pedde, Bertoldo Hartfelder e sua cunhada Hilda Hartfelder. Também de grande importância foi uma entrevista coletiva com os imigrantes Teuto-Russos no Colégio Pastor Dohms em Porto Alegre, Brasil, organizada pelo Pastor Célio Raul Meier. A informação das entrevistas foi coletada, comparada e confirmada por documentos, até onde possível, para evitar enganos. Uma complementação dos eventos históricos foi obtida por pesquisa em livros de história, enciclopédias e na Internet. Como os nomes das cidades e aldeias foram alterados no decorrer do tempo, eles foram achados somente em mapas bem antigos.

Eu comecei este trabalho dia 17 de março de 1991, quando fiz minha primeira entrevista gravada: minha tia Erna Neumann Frenzel, irmã de meu pai. Minha pesquisa ficou mais fácil em 1999, quando estava trabalhando numa empresa que me permitiu livre acesso à Internet. Depois do horário de trabalho, eu surfei a Internet regularmente e, no princípio de setembro, encontrei um trabalho de pesquisa feito por Virgínia Less, de Illinois, E.U.A.. Ela descobriu documentos e cartas da década de 1930 sobre os refugiados Luteranos em Harbin, China, durante sua pesquisa na “Evangelical Lutheran Church in America Archives and Records Center” em Rosemont, Illinois. Em seu excelente artigo sobre o assunto, ela mencionou os nomes dos navios e as datas, as quais coincidiram com as informações nos documentos de meus avós. O artigo também informou um endereço de e-mail para contato. Enviei meu primeiro e-mail para Virgínia no dia 9 de setembro de 1999. Eu me identifiquei como descendente dos refugiados de Harbin e informei os dados de minha família. Ela respondeu quase imediatamente que ela tinha encontrado os nomes de minha família no censo e nas listas do navio que ela possuía cópia. Assim, nós começamos uma longa correspondência e nossa amizade. Dela obtive muitas informações e incentivo para meu extenso projeto. Devido a esta grande ajuda, Virgínia tem minha gratidão especial. Eu também recebi uma grande ajuda e incentivo de Laurin Wilhelm, de San Antonio, Texas, E.U.A. que me proporcionou mapas e informações. Também, Jerry Frank de Alberta, Canadá, me ajudou com localização de aldeias e cidades em mapas antigos. As traduções de textos russos e ucranianos para o idioma inglês foram feitas por Sventlana Silchenko de Lawrence, Kansas, e por Alexey Kromin, de Evanston, Illinois. A tradução de um documento em idioma chinês para inglês foi feita por Jean & Bob, de San Antonio, Texas. Daria Wieczorek, da Alemanha, traduziu o passaporte polonês de minha família materna. Meu agradecimento também vai para meus irmãos Erni (ajuda com escâner) e Geraldo Neumann por sua pesquisa de documentos em livros de igreja e registros de cemitério, e meu primo Egon Teuner, da Alemanha, por sua contribuição com mapas e informações. Também contribuíram Elvira Winschel, da Alemanha; Débora Regina Tozzo e Leyla dos Reis Spada, ambas de Santa Catarina, Brasil; Professora Rosane Rutzen de Riqueza, Santa Catarina, Brasil, e Prefeitura de Riqueza, Santa Catarina, Brasil. Agradecimentos também para a Igreja Martin Luther, de Porto Alegre, Brasil, que gentilmente ofereceu sua página na Internet para publicar um resumo desta história. Para ter a primeira edição deste livro publicada no Brasil, eu obtive ajuda preciosa do autor brasileiro Antônio Cesar Celente.

Virgínia Less e Laurin Wilhelm contaram para a “American Historical Society of Germans from Russia” (AHSGR) sobre minha história da família. AHSGR é uma associação americana de Teuto-Russos e descendentes. Fui convidada para dar uma apresentação sobre minha história da família na sua 33ª Convenção Internacional em Julho de 2002 em Des Moines, Iowa, E.U.A.. Lá, fui informada que eu era a primeira palestrante vinda do Brasil. Depois da Convenção, fui levada pelo casal Virgínia e Gary Less para Chicago, Illinois, onde eu tive a oportunidade para fazer minha pesquisa na biblioteca Luterana. Muito agradeço à “Evangelical Lutheran Church in America Archives and Records Center” em Rosemont, Illinois pelas cópias de fotografias e documentos.

Algumas das fotos publicadas neste livro foram amavelmente fornecidas por amigos, enquanto outras pertencem à coleção das famílias Neumann, Frenzel e Wichmann. Mapas e ilustrações foram desenhados por mim com grafite, escaneados e melhorados com editor gráfico.

Eu usei Microsoft Word 2000® para digitar o texto, mantendo cada capítulo em um arquivo separado. Isto era em torno dos anos 2000 – 2004. Não era nada divertido inserir as ilustrações nos capítulos: Eu fiz uso da ferramenta que Word® chama “caixas de texto”, que permite incluir imagem e descrição. Estas caixas podem ser configuradas de forma que o texto principal contorne a moldura da “caixa”. Em capítulos menores, com apenas uma ou duas imagens, até que funcionava. Mas em capítulos com várias imagens, foi um drama. Enquanto eu movia a “caixa de texto” à posição desejada, frequentemente ela simplesmente desaparecia e poderia ser achada algumas páginas antes ou depois do local desejado. Quando eu tentava arrastar a “caixa de texto” de volta ao lugar desejado, a teimosa decidia não obedecer e saltava novamente para o lugar que ela tinha escolhido, olhando para mim desafiadora, como se quisesse dizer: “daqui não saio, daqui ninguém me tira!!! “. Às vezes a “caixa de texto” também decidia se posicionar sobre margens, títulos ou rodapés ou simplesmente sobrepor outras imagens. Em alguns capítulos consegui inserir as imagens com descrição, usando outra ferramenta, “tabelas”, e isto funcionou um pouco melhor.

Tentei fazer o melhor possível com os documentos e informações obtidas. Eu agradeço minha tia Adina Teuner a ajuda com a revisão de texto da primeira edição em Português. A segunda edição é minha tradução reversa da versão melhorada e expandida em inglês. Como o leitor poderá notar, o uso de excertos de documentos, cartas e telegramas neste livro mantém a originalidade de tais textos, mesmo quando erros de ortografia, de gramática e de pontuação são encontrados. A razão para isto é que apenas se pretende ilustrar e enriquecer o conteúdo oferecido neste livro. Eu me concentrei acima de tudo no conteúdo e menos em ortografia e gramática – também porque não sou nenhuma especialista em idiomas e gramática. Se forem achados erros, eu espero que os leitores deem ênfase ao conteúdo, em lugar destas imperfeições.

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