A esperança na vacina

As esperanças estão todas concentradas na descoberta imediata de uma vacina contra a covid-19. A maioria dos cientistas, no entanto, é cautelosa e projeta a boa notícia apenas para o ano que vem, apesar de alguns laboratórios oferecerem expectativas ainda para 2020. Interessante a origem da palavra “vacina”. Vem do latim vaccinus, e significa “da vaca”. O nome tem relação com a descoberta do médico inglês Edward Jenner, inventor da vacina contra a varíola no ano de 1796. Ele percebeu que pessoas que ordenhavam vacas não contraíam a doença, pois já haviam adquirido a varíola bovina. O médico, então, extraiu o material de uma mulher contaminada e injetou num menino, que manifestou a doença de forma leve e passageira. Em 1881, para homenagear o médico inglês, o cientista francês Louis Pasteur propôs que o termo vaccinus fosse usado para definir as novas descobertas científicas que oferecem imunidade contra doenças infecciosas.

Desde lá, existem vacinas para controlar vários tipos de infecção, como a gripe, varicela, varíola, poliomielite, sarampo, tétano e tantas outras. A fé cristã entende que a ciência humana é instrumento do Criador, e por isso louvamos a Deus por estes “milagres” que nos oferecem uma vida terrena com mais qualidade e duração – bem diferente de como era no passado. A história secular e a própria Bíblia registram terríveis epidemias, sofrimento que hoje não precisamos passar graças à vacina e à medicina moderna – ou melhor, graças ao amor de Deus.

Se o assunto é a bondade do Deus Criador e Mantenedor, é significativo comparar a ação e os efeitos de uma vacina com a ação e os efeitos da cruz de Cristo em nossa vida espiritual. A vacina contém um agente que se assemelha ao microrganismo causador da doença, e geralmente é fabricada através das próprias toxinas do vírus ou bactéria. Agora, por exemplo, a vacina mais promissora contra esta pandemia vem da Universidade de Oxford, Inglaterra. Ela é fabricada com um vírus que carrega material genético do Sars-CoV-2, nome científico do coronavírus. Este material, depois de injetado nas pessoas, irá instigar as células do corpo humano a produzirem as “espículas”. O imunologista Jorge Kalil, da Universidade de São Paulo, explica que estas espículas são espécies de “espinhos” que o novo coronavírus possui em sua superfície, e vão estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos. “Ou seja”, explica Kalil, “ao ter anticorpos contra a espícula logo de cara, seu sistema de defesa barraria a entrada do novo coronavírus nas células. Com isso, ele não causa estragos, tampouco consegue se replicar”. Esta vacina está nos últimos estágios de testes e poderá ser a salvação da humanidade contra a atual pandemia.

Sem dúvida, é fantástica a medicina moderna, mas nada pode ser comparado com a “vacina da cruz”. Sua “fabricação” segue por um processo semelhante. Isso porque a toxina mortal do pecado, que atingiu toda a raça humana, foi injetada no Filho de Deus. “E você picará o calcanhar da descendência dela”, disse Deus a Satanás logo após o surgimento da pandemia espiritual, referindo-se aquilo de que testificou o profeta: “Era o nosso sofrimento que ele [Jesus] estava carregando” (Is 53.4). O resultado é a boa notícia proferida por Deus: “Ele fará com que o meu plano dê certo” (Is 53.10). Agora, mesmo contaminados pelo pecado, podemos ficar tranquilos, pois estamos “vacinados”. Isso aconteceu quando fomos batizados para ficarmos unidos com Cristo e assim nos revestimos com as qualidades do próprio Cristo (Gl 3.27).

No final, se nossas esperanças estão todas concentradas na descoberta da vacina contra a covid-19, é bom nunca esquecer que “o salário do pecado é a morte”. E acreditar no que diz o final do texto bíblico: “Mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor” (Rm 6.23).

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