A memória de Santos Dumont nos 150 anos de seu nascimento

O desejo de voar está presente no ser humano desde os primórdios da história. Sempre se observou o voo dos pássaros e de outros animais voadores com atenção e curiosidade. Na antiguidade, temos a lenda de Ícaro, na mitologia grega. Criou asas de cera para fugir do Minotauro, mas infelizmente aproximou-se tanto do sol que suas asas se derreteram, o que causou a sua queda.

Na própria Bíblia, o salmista suspira: “Ah! Se eu tivesse asas como a pomba, voaria para um lugar de descanso! (Sl 55.6), pelo profeta Isaías (40.31), como consta acima, o Deus Eterno promete que receberemos “sempre novas forças”, voando nas alturas como águias.

Tentativas históricas foram feitas por homens como o pintor e inventor italiano Leonardo da Vinci, há 500 anos, e pelo padre luso-brasileiro Bartolomeu de Gusmão, que inventou um aeróstato por volta de 1700. Os irmãos Wright, nos Estados Unidos, fizeram o primeiro voo motorizado da história em 1903. Embora tivessem usado uma catapulta para a propulsão inicial, eles têm sido considerados por muitos como os primeiros a voar.

Santos Dumont, Pai da Aviação


Celebra-se neste 20 de julho, o sesquicentenário de nascimento de Alberto Santos Dumont, filho do engenheiro Henrique Dumont, que possuía fazendas de café em Minas Gerais. Já aos 7 anos, Alberto guiava máquinas na propriedade do pai. Fez estudos avançados na França, onde desenvolveu experiências na construção de balões e de um motor de combustão interna. A seguir, dedicou-se a produzir dirigíveis, e, em 1901, venceu o Prêmio Deutsch, por cumprir um trajeto pilotando um dirigível por até 30 minutos ao redor da Torre Eiffel, na capital francesa.

O marco diferencial da invenção de Santos Dumont foi a construção do 14-Bis, aeroplano com o qual fez, em Paris, um voo de 220 metros a seis de altura, considerado o primeiro voo da história pela Federação Aeronáutica Internacional, em 12 de novembro de 1906. Três anos mais tarde, lançou o Demoiselle, que alcançou 90 quilômetros por hora e serviu de base para muitos aviões construídos a partir desse modelo.

Santos Dumont decidiu aposentar-se em 1910, depois de ter sofrido um acidente na execução de um voo, em um de seus últimos modelos Demoiselle. Diz-se que passou os últimos anos de sua vida em depressão, por ver que seu invento estava sendo usado para fins de combate na Primeira Guerra Mundial. Supõe-se que, em consequência disso, tenha cometido suicídio em 23 de julho de 1932, aos 59 anos de idade. Triste fim para um grande gênio.

O desenvolvimento da aviação e os voos do evangelho


O transporte aéreo foi essencial para o desenvolvimento econômico e social da humanidade. Promoveu a conexão rápida e o deslocamento de pessoas e bens, promovendo o turismo e os negócios.

A aviação teve e tem grande importância para levar mais longe o evangelho de Cristo. Diante do enorme desafio de cumprir a Grande Comissão, a igreja igualmente tem se servido da aviação para chegar a muitos lugares antes inatingidos. A ordem de Jesus de levar sua mensagem até os confins da terra está se cumprindo também por esse meio. No Brasil, há um programa que leva o evangelho à região amazônica e se desloca sobre a floresta gigante com muito maior rapidez. Recentemente, a Igreja Luterana adotou o Projeto Aliança, que visa a desenvolver a pregação do evangelho em campos missionários da América Latina e da África, muitos a serem atingidos com longas horas de voo.

A forma mais concreta de homenagem que se propõe nesta festividade consiste na disposição de cada cristão oferecer seus dons, talentos e recursos para a missão da igreja. Você soma e multiplica o potencial de expansão do evangelho, mesmo sem sair de casa. Deixe que o evangelho voe por você e sirva aos propósitos para os quais Deus colocou também a aviação a seu serviço no mundo.

Homenagem

Do alto de meus 82 anos de vida tive, na vida ministerial, as mais gratas oportunidades de flutuar por uma ampla milhagem aérea, levando-me a atuar no ensino e na pregação nos cinco continentes do globo terrestre. Na longínqua Austrália, por um semestre, em 1992, lecionei no Luther Seminary, de Adelaide. Passei pelo sul da Ásia, em institutos teológicos na Tailândia e Camboja, em 2008, e três vezes em missões em Israel. Atuei no Seminário Luterano de Paris, em 1979, na Europa. E por sete anos atuei na FELSISA, igreja luterana-irmã da África do Sul. Nesta última, tive, por diversas vezes, nos tempos áureos da VARIG, a viagem aérea de ida e volta monitorada pela então comissária de bordo, Vivian Marli Wachholz, dedicada esposa do editor do Mensageiro Luterano, pastor Nilo Wachholz. Na pessoa dela homenageamos a toda a classe de aeroviários e aeronautas que se dedicam ao transporte aéreo e assim honram o mérito de Santos Dumont e sua maravilhosa invenção. O evangelho de Cristo cria sempre novas asas, graças ao bom Deus!

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