A santificação do nome de Deus

Segundo Lutero, o primeiro mandamento instrui o coração e ensina a fé. Já o segundo, leva-nos para fora e coloca a boca e a língua na relação com Deus. A primeira coisa que sai do coração é a palavra. Jesus ensinou: “A pessoa boa tira o bem do depósito de coisas boas que tem no seu coração. E a pessoa má tira o mal do seu depósito de coisas más. Pois a boca fala do que o coração está cheio” (Lc 6.45).

Transgressões do mandamento

Usar o nome de Deus com objetivo mentiroso, invocando-o de uma forma hipócrita ou jurando de um jeito falso são maneiras errôneas de usar o nome de Deus. Lutero ensina que “não existe abuso mais grave do nome de Deus do que se valer dele para mentir e enganar” (Catecismo Maior, p.33). Lutero, já no seu tempo, advertia sobre este abuso em negócios financeiros. No tempo do reformador, havia a venda de indulgências. Hoje estamos cercados por inúmeros charlatões que usam o nome de Deus para enriquecer. Enganam as pessoas com promessas de riquezas e cura de doenças, que nunca vão acontecer. Mentir e enganar já são grandes pecados, mas quando se tenta fazer isto envolvendo o nome de Deus, tornam-se muito mais graves.

Lutero lembra que Deus advertiu-nos sobre inúmeras desgraças como, por exemplo, doenças graves, guerras, desastres naturais que vêm como consequência do mau uso do nome de Deus pelas pessoas. E conclui: “Ainda é uma graça enorme o fato de a terra nos sustentar e alimentar” (Catecismo Maior, p.34).

Se Deus, de fato, olhasse para os pecados das pessoas, o mundo não mais existiria. Ninguém é merecedor de qualquer favor divino, por menor que seja. A verdade é que se Deus tratasse com as pessoas conforme a exigência dos mandamentos, todos estaríamos condenados. Deus sempre se mostrou misericordioso. Os mandamentos revelam nossa imperfeição, e só se pode ser salvo graças ao amor e à misericórdia dele, manifestados na obra de Cristo. Esta verdade também é percebida ao se analisar o segundo Mandamento.

Cumprindo o segundo mandamento

Existem formas corretas de uso do nome de Deus. Deve-se usar o nome de Deus “em situações aflitivas”. “O verdadeiro respeito pelo nome de Deus é esperar dele todo apoio e invocá-lo para tanto” (Catecismo Maior, p.34). Lutero lembra que é isto que pede o Salmo 50.15: “Invoca-me no dia da angústia”. Sempre que tivermos dificuldades, podemos recorrer ao Pai celestial em oração. Cristo, com o seu perdão, abre a porta do céu para toda a pessoa que nele crê. Na aflição, deve-se recorrer a ele. Fazendo isto, estaremos santificando o nome de Deus.

Outra forma de santificar o nome de Deus é quando usamos o seu nome para “render louvor e graças a Deus” (Catecismo Maior, p.34). As pessoas têm dificuldade para louvar e agradecer a Deus. A tendência do ser humano é fixar sua atenção e enfatizar seus problemas, deixando de ver as coisas boas, as bênçãos, que Deus lhe concede diariamente. São poucos os que lembram que a saúde é uma grande benção e, em vez agradecer a Deus pela mesma, ficam se queixando de problemas financeiros. É importante perceber que a pessoa que louva e agradece é uma pessoa feliz, porque vê as bênçãos que Deus está lhe concedendo. As bênçãos de Deus são maiores que as dificuldades que ela enfrenta em sua vida. Quando a pessoa percebe isso, ela não fica praguejando ou resmungando contra Deus, mas o louva e lhe agradece, e isto a deixa feliz.

Logo, Deus quer que seu nome seja usado corretamente para invocar a sua ajuda, para louvá-lo e agradecer-lhe pelas bênçãos concedidas. Assim estará sendo santificado o seu santo nome.

Elmer Teodoro Jagnow

Pastor da IELB em Forquetinha, RS

*Texto publicado no Mensageiro Luterano em outubro de 2014.

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