Diga ao povo que marche

Êx 14.15

Paulo Henrique Voltz
Pastor
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O mundo está cheio de líderes que governam as nações. E o que o povo espera de um líder?

Certamente espera que conduza a nação com olhos no futuro, com esperança de dias melhores.

Konrad Adenauer foi o homem escolhido na Alemanha para comandar o país após a Segunda Guerra Mundial. E sob sua liderança, em pouco tempo, com a ajuda do povo alemão, o país se reconstruiu de sua maior tragédia na história.

O nosso texto de Êxodo capítulo 14 também fala de um líder – Moisés – que foi preparado por Deus para uma tarefa especial – libertar o povo de Deus da escravidão no Egito e conduzi-lo à terra prometida.

E a primeira parte da missão estava cumprida. Moisés foi até o Faraó, rei do Egito, e, com a poderosa mão de Deus, que enviou as dez pragas sobre aquele país, o povo foi libertado.

Mas agora, aquela multidão de mais de um milhão de pessoas, precisava caminhar rumo à terra prometida. E começaram a caminhar. De dia, uma nuvem, além de fazer sombra, conduzia o povo, e à noite, uma coluna de fogo aquecia e conduzia o povo de Deus.

Porém, lá atrás, o rei do Egito se arrependeu de libertar o povo de Israel. E mandou seu poderoso exército trazê-lo de volta.

E o povo de Deus, no meio de sua caminhada, com os inimigos em sua perseguição, depara-se com um grande obstáculo. O mar Vermelho.

O povo entra em pânico, desespera-se e diz para Moisés: “Melhor era servir aos egípcios do que morrer no deserto!”

Mas Moisés, o grande líder, olhando para o futuro, assegura: “Não temais, aquietai-vos e vede o livramento do Senhor… o Senhor pelejará por vós”.

E então Deus diz a Moisés: “Diga ao povo que marche”.

Marche, porque o mar Vermelho vai se abrir, e todos chegarão seguros à outra margem, estarão livres dos inimigos; Eu, o Senhor, os salvarei. E assim aconteceu.

Querido irmão, querida irmã!

Na caminhada da vida, rumo à terra prometida, quantos mares vermelhos você já teve que passar?

Quantas não foram as situações de travessia de mar Vermelho que, ao olharmos para aqueles muros de água ao nosso redor, que pareciam que iriam nos engolir, nós tivemos medo, mas a mão do Senhor segurou aquele turbilhão de águas para que não nos afogássemos e atravessássemos o mar em segurança?

Quantos irmãos e irmãs estiveram angustiados, perderam o sono e talvez duvidaram da ajuda de Deus, quando estavam atravessando o mar Vermelho das enchentes, e talvez estejam ainda agora, enquanto lidam com as consequências dessa tragédia climática no Rio Grande do Sul?

Quantas não foram também as súplicas pouco tempo atrás, por chuvas ou tempo propício para plantar e colher?

E Deus caminhou, Deus atravessou conosco esses momentos, ouviu nossas orações, e a nós, então, cabe dizer: Obrigado, Senhor, por atravessar o mar Vermelho da seca e do excesso de chuvas, sempre ao nosso lado. Nós vimos o livramento do Senhor. O Senhor pelejou por nós. Deus seja louvado!

Quantos passam por aflições e angústias por causa de doenças na família, por causa do luto, da perda de alguém que amam, por causa da depressão que rouba do coração a alegria de viver, que rouba a paz na família, e, diante de tudo isso, parece que se sentem no vale da sombra da morte, onde tudo é tão escuro, que não enxergam uma luz no fim do túnel da vida?

Mas nesses momentos, também, em que temos que atravessar o mar Vermelho da doença, do luto, da depressão, precisamos confiar no livramento do Senhor, precisamos confiar que o nosso Deus pelejará por nós, pois ele diz: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei (Hb 13.5).

Quantos enfrentam problemas de relacionamento na família, entre casais, no relacionamento entre pais e filhos, situações em que o divórcio parece ser a única saída, em que a droga ronda nossos lares, em que a libertinagem sexual e a falsa liberdade, que tanto mexe com nossos jovens, têm levado à desestruturação da família. Não está na hora de dizer, assim como disse aquele soldado para Jesus – Senhor, não sou digno que entres em minha casa, mas vem habitar, vem restaurar nossas famílias, pois só assim seremos salvos, libertos deste mundo perverso e cruel?

Sim, irmãos e irmãs em Cristo, os inimigos da fé, os inimigos da família, os inimigos da igreja estão soltos, querendo nos destruir, assim como o exército egípcio queria destruir e levar de volta à escravidão o povo de Deus. E muitas vezes achamos que não temos saída, estamos diante do mar Vermelho das dificuldades, dos perigos, estamos diante do mar Vermelho das trevas.

E onde encontrar uma saída? Melhor dizendo, onde encontrar a única saída capaz de trazer a verdadeira paz aos nossos corações, às nossas famílias?

Somente em Jesus. Jesus, que no alto da cruz, gritou – ESTÁ CONSUMADO – garantiu que com seu precioso sangue derramado na cruz e sua morte em favor de cada um de nós pecadores, o pecado, o diabo e o mundo estavam vencidos. E crendo neste Cristo que morreu, mas que ressuscitou e vive eternamente, nós poderemos dizer com o apóstolo Paulo: em Cristo somos mais que vencedores.

Na nossa jornada rumo à Terra Prometida, que Jesus conquistou para nós com sua morte e ressurreição, muitos mares vermelhos estarão à nossa frente para atravessarmos. O medo virá – sim. A angústia e a aflição virão bater à nossa porta – sim. Um dia teremos que enfrentar a morte – sim. Mas não percamos de vista as promessas de Deus em nosso texto: Aquietai-vos e vede o livramento do Senhor – o Senhor pelejará por vós.

E confiando nessas promessas, mesmo diante do mar Vermelho, ouçamos a ordem de Deus ao seu povo: Diga ao povo que marche.

Querido e valoroso povo gaúcho, marche, reconstrua o Rio Grande do Sul.

Marche. Não desista de sua caminha rumo à gloria eterna nos céus. Não abandone o seu Deus e Salvador.

Marche, você, marche com sua família, marche com seus irmãos na fé. Marche e prossiga, como diz o apóstolo Paulo, marche e prossiga para o alvo, que é, um dia, estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.

Diga ao povo que marche.

Irmão e irmã. Fixe seus olhos na cruz de Cristo e marche. E serás eternamente feliz.

Amém!

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