Liberdade em ação

Deus é liberdade, elege-nos no exercício da liberdade e nos liberta. Entrar no reino de Deus é entrar no reino da liberdade

Para a liberdade Cristo vos libertou (Ef 5.1). Paulo se dirige a filhos de Israel, a romanos, a gregos, a todos. Gregos e romanos sentiam-se submetidos ao destino, viviam sem esperança porque a morte lhes era barreia instransponível.  Contemporâneos de Paulo pensavam que subordinados a determinações antigas estavam prontos para se apresentarem ao eterno Juiz, viviam voluntariamente submissos ao passado opressor.  Experimentamos a falta de liberdade na debilidade, na incerteza, no desespero, na tristeza, na dor, em atos reprováveis…

Deus é liberdade, elege-nos no exercício da liberdade e nos liberta. Entrar no reino de Deus é entrar no reino da liberdade. Eleitos por Deus, passamos a eleger. A liberdade nos recebe em possibilidades infinitas. Iluminado por Deus, Paulo elege o deserto. No deserto todas as fronteiras se apagam, a terra sobe ao céu e o céu baixa à terra, céu e terra se confundem. No deserto Paulo se dirige a Deus, no deserto Deus fala com Paulo. Na presença de Cristo, imagem de Deus, Paulo reexamina as Escrituras, descobre valores que lhe eram ocultos, organiza pensamentos e decisões. Os atos de Paulo se revelam atos de Deus, atos de Cristo. Paulo retorna do deserto para anunciar a liberdade.

Há pessoas que se sentem livres quando consomem. O produto fascina, escraviza. Deus é ópio, como declaram alguns? A liberdade está em Deus ou na droga? Viver na droga é viver escravo da droga. Preceitos restringem, atam.  Presos a preceitos vivem aquém do reino de Deus; aquém de princípios idolatrados, reconhecem-se infratores. Deus é a vitória sobre a destruição, sobre a morte. Vivemos em liberdade, se Deus vive em nós, se nós vivemos em Deus. Para Deus não há impossíveis. Como declarar que não há solução para isso ou para aquilo? Na força de eleitos, Deus perpetua o ato criador. Livres de cadeias, somos presenteados com forças para novas decisões, estamos prontos para construir.

A liberdade começa com a restauração interior. Libertos sentem a liberdade acontecer todos os dias. A liberdade progride no processo de libertar, afirma-se em solicitações imprevistas. Ao dar, nós nos declaramos incorporados no projeto de Deus, experimentamos a vitória sobre limitações. Cadeias cedem em nós e naqueles que nos cercam.

Saímos de nós mesmos para conviver com outros, para viver em liberdade com outros. Desejamos a liberdade de todos, cooperamos com pessoas livres. Tive fome e vocês me deram de comer, afirma Cristo. No rosto dos necessitados brilha a face de Deus.  A fome escraviza. Como esperar que castigados pela fome pratiquem atos livres? O pão nosso de cada dia nos dá hoje, é oração de cada dia. Pedimos mais do que farinha e água. Experimentamos no alimento o poder vivo que sustenta vidas, processo sem fim. Homens livres batalham para que todos sejam livres. A visita a prisioneiros não é sem consequências.  Atos livres operam a liberdade de confinados. O dar é realizado nos propósitos de Deus. A liberdade leva a tomar decisões que não podem ser transferidas a outros. Liberdade não é utopia nem fatalidade, é projeto divino, individual, coletivo, histórico. Realiza-se em situações concretas. No receber e dar em liberdade, realiza-se o reino de Deus.

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