Tânia Ogg
2ª tesoureira
As memórias da nossa infância são caras. Lembro-me com emoção e saudades dos momentos que antecediam o início do culto: cantávamos o hino inicial, no final da última estrofe o pastor entrava e, depois do hino, cantava a invocação, e eu, mentalmente, cantava junto, bem como muitas outras partes da liturgia que já tinha aprendido de cor. Embora não entendesse tudo, muito disso ficou gravado em minha mente e em meu coração.
Estou recordando do tempo em que todas as crianças participavam do culto, e eu, entre elas, sabia não só algumas partes da liturgia, mas muitos hinos, confissão de fé, a oração do Pai-Nosso, que aprendíamos desde pequenos no culto mesmo. O tempo passou, preocupações pedagógicas e novas formas de trabalhar a educação cristã foram colocando a escola dominical durante o culto, e, aos poucos, as crianças foram sendo tiradas desse espaço, pelo menos de boa parte dele.
Tudo na vida tem consequências. Vimos, com o tempo, os prejuízos. Menos tempo de escola dominical, em muitos casos, significou menos tempo para atividades, como aprender mais canções, menos tempo para fixar, por exemplo, um versículo, ou para atividades de fixação da história bíblica. É importante dizer que a escola dominical não substitui o culto nem o culto, a escola dominical; ambos são momentos distintos e importantíssimos para a educação cristã dos nossos pequenos.
Hoje, muitos jovens e confirmandos têm dificuldades de ficar no culto e de participar do mesmo junto com toda a congregação. Por isso defendo a ideia de que “lugar de criança é no culto”, junto com os seus pais, seus irmãos e sua família – crianças fazem parte da família da fé – crianças são os nossos filhos – crianças são os nossos irmãos em Cristo – crianças creem em Cristo como o seu Senhor e Salvador – crianças, do jeito delas, entendem muito mais do que nós imaginamos – crianças precisam ser recebidas em nossos cultos.
Mesmo que tenhamos uma liturgia, hinos e pregação numa linguagem bem específica, é possível proporcionar momentos em que as crianças são acolhidas, por exemplo, com um sermonete, proferido numa linguagem própria para crianças – com a congregação cantando um dos cânticos da Escola Dominical e envolvendo-as no louvor.
Esses momentos precisam contar com o apoio da congregação – lembrem-se; são as nossas crianças – nossos filhos – nossos irmãos em Cristo, e os queremos juntos na reunião mais importante da igreja cristã, que é o nosso culto.
Nosso Senhor deu esse exemplo quando disse: “Deixem que os pequeninos venham a mim; não os impeçam, porque dos tais é o Reino de Deus” (Mc 10.14).
Então… lugar de criança é no…?
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