Deus conosco no exercício da liderança

Somos, com certa frequência, informados acerca de manifestações públicas e movimentos sociais realizados na busca de direitos por meio da exposição de reivindicações. Categorias têm unido forças para preservar as condições dignas de trabalho e de sobrevivência, tanto de si mesmas como também da família e da sociedade.

Autoridades competentes, que possuem o poder de decisão, diante desses movimentos e manifestações, sugerem que se forme uma comissão de líderes para sentarem à mesa e exporem o motivo dos seus protestos, e, por intermédio do diálogo, chegarem a um denominador comum, que seja bom para todas as partes. Líderes levam a proposta ao grande grupo e depois trazem um posicionamento que seja compatível e satisfatório.

Nesse sentido, os líderes, com seus dons e habilidades, são intermediários e conciliadores para que todos saiam satisfeitos e retornem à normalidade.

Deus também falou e fala ao seu povo por meio de seus líderes. O primeiro foi Moisés. Deus pediu, como lemos em Êxodo 24.12: “Então, disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares”.

Enquanto Deus instruía Moisés acerca da construção do tabernáculo, do sacerdócio de Arão e de seus filhos, e isso podemos conferir a partir do capítulo 25 de Êxodo, o povo se corrompeu e colocou em prática uma infeliz e desastrosa ideia, pois sem a coordenação e direção do seu líder, estava à deriva.

Esse povo cercou Arão e trouxe uma decisão, que pode ser conferida em Êxodo 32.1: “Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe será sucedido”.

Que infeliz decisão! Resolveram fazer um bezerro de ouro. O Salmo 115 atesta a quem se deve tributar toda a honra e toda a glória: DEUS! Esta afirmação encontramos no versículo 1: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade”.

Depois de tudo isso Deus decidiu dar uma nova oportunidade ao povo e enviou um anjo para andar junto com eles. Chegamos ao ponto de um diálogo e acordo em que o líder Moisés estabeleceu uma posição junto a Deus. Diante da liderança que esse servo deveria exercer em conduzir o povo à saída do Egito, rumo à terra prometida, Moisés afirmou categoricamente, em Êxodo 33.15: “Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faça sair deste lugar”.

Deus age por intermédio dos seus líderes que, como seus mensageiros, seguem os planos de Deus, para a honra e a glória do Criador e para o bem e a bênção do povo. O líder não anda sem o seu líder maior e supremo: DEUS, O CRIADOR DOS CÉUS E DA TERRA!

Por que essa convicção e certeza do grande líder Moisés?

Porque seguir sem a presença e a companhia de Deus traria consequências desastrosas, caminhos que não seriam de bênçãos. Seria um andar sozinho e perdido, seria um fim trágico e desastroso.

1) Sem ele, o Deus conosco, eu serei envergonhado: Os profetas de “Baal”, por influência de Jesabel, decidiram seguir sem Deus! Que fim trágico tiveram! A idolatria, o pecado e, consequentemente, o afastamento de Deus, trouxeram vergonha ao povo! Esses profetas, sem Deus, foram envergonhados diante do sacrifício prestado a Baal:

1Reis 18.29: “Passado o meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse, porém, não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.”

Os que andam sem Deus, o Deus conosco, são envergonhados por tomarem suas decisões por conta própria, sem consultar a Deus. Tiago 4.14-15: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo”.

2) Sem ele, o Deus conosco, encontramos morte e maldição: Essa decisão precisa ser tomada como está prescrito em Deuteronômio 30.15-19.

“Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal.”

– Sem Deus encontramos a morte física: “não permanecerás longo tempo na terra…” (v.18).

– Sem Deus, encontramos morte espiritual: “O que não crê já está julgado” (Jo 3.18).

3) Com ele, o Deus conosco, pois ele se importa com gente: Acabamos de comemorar uma das festas mais bonitas da igreja, o Natal. Reportamo-nos, nesta ocasião, geralmente, à infância, aos momentos de alegria, festas, período de luzes, enfeites, cânticos lindos de Natal, presentes. Contudo, não podemos nos esquecer da essência do acontecimento: DEUS SE FAZENDO GENTE COMO A GENTE!

a) Deus visitando o seu povo: Isso é expresso no cântico de Zacarias: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo” (Lc 1.68).

b) O Deus conosco: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus conosco” Mt 1.23.

O Deus conosco não poupou esse seu Filho amado dos sofrimentos, da humilhação, da morte de cruz, em nosso favor. Deus se importa conosco. Deus ama as pessoas! Jesus Cristo resgatou-nos da morte e da condenação eterna para que Deus fosse o Deus presente, em nossas vidas, aqui e na eternidade, pois “Deus não é deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem” (Lc 20.38).

A missão da igreja, a essência da Igreja neste mundo, a participação da igreja no mundo acontece, desenvolve-se e é abençoada apenas com o Deus conosco – Deus à frente, Deus presente. Tal afirmação está muito bem definida, nas palavras de Jesus, poucos dias antes de ser elevado aos céus, na missão deixada aos seus discípulos, à igreja, conforme Lucas 24.47-49: “e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão dos pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai: permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”.

Assim, dez dias após a Ascensão, deu-se a descida do Consolador, do Espírito Santo, o Pentecostes. Prova que a obra de Deus só se desenvolve, só é abençoada e traz frutos quando Deus, o Deus conosco, está à frente.

A igreja necessita de liderança. Liderança que é desenvolvida sobre grupos, entidades, enfim, sobre pessoas. E mesmo que muitos não tenham liderança sobre pessoas, mas a tenham sobre si mesmos. Temos o livre arbítrio. Somos árbitros, precisamos tomar decisões sobre nós mesmos para alcançar objetivos que não tragam consequências desastrosas, sofrimentos e decepções.

Fica o questionamento: como tomamos as decisões que são impostas sobre pessoas ou, até mesmo, sobre a nossa vida pessoal? Com quem buscamos orientação? Que critérios e parâmetros procuramos seguir?

Moisés foi sábio. Nada faço. Nenhum passo dou, “SE A TUA PRESENÇA (DEUS) NÃO FOR COMIGO, NÃO NOS FAÇA SUBIR DESTE LUGAR”.

Diante de rumos, decisões e posições que devemos tomar, coloquemo-nos sempre diante de Deus e, em oração e com sabedoria, intercedamos junto a Deus, que sabe e conhece a trajetória da nossa vida, dizendo: SENHOR! “Se a tua presença não for comigo, não nos faças subir deste lugar”. Amém.

Carlos Wilhelms

Pastor em Campo Grande, MS

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