Eu nasci na localidade de Rio Ligeiro, interior do município de Getúlio Vargas, RS. Frequentei a escola primária, que ficava a cerca de dois quilômetros da residência dos meus pais. As três séries funcionavam no mesmo ambiente, lideradas por apenas uma professora. A avaliação era feita em dezembro pelos inspetores escolares, que vinham da sede do município, entrevistando os alunos individualmente. Como eu era muito tímido, respondi poucas perguntas, e assim tive que repetir a primeira série. Mas no ano seguinte, a professora não sabia o que fazer comigo, pois não poderia passar para a segunda série, e assim fiquei sozinho, sendo atendido pela professora. Lembro que a professora falou: “O que você quer ser quando crescer? Você daria um bom padre.”
O desejo dos meus pais era de ter um filho pastor. Como meu irmão mais velho estava no Seminário, preparando-se para ser professor sinodal, fui junto com ele, quando eu tinha apenas onze anos de idade. Detalhe: não fiz a quarta série. Inicialmente tive muitas dificuldades, mas sob a bênção de Deus as fui superando.
Meu ano de estágio foi bem conturbado. Fui designado para Cerro Branco, RS. Meu orientador seria o pastor Bruno Rieth. Eu já estava lá há uma semana, quando decidiram que não necessitavam de um “praticante” (estagiário). Então, a direção da igreja informou que eu deveria fazer meu estágio em Candelária. Iniciei as atividades sob a orientação do pastor Eugênio Dauernheimer; mas, dia 15 de fevereiro, recebemos a visita de membros da Diretoria Nacional, informando que eu deveria ir ao Espírito Santo, pois o pastor que haviam chamado para lá não aceitou. Quatro dias antes de viajar, novamente um comunicado da direção da igreja, pedindo para aguardar novas informações. Dia 4 de março veio a notícia de que eu deveria fazer o estágio em Três Passos, RS, pois o pastor da paróquia estava doente. A paróquia era constituída por dez congregações.
Quando me formei pastor, eu ainda tinha 21 anos. Logo após completar 22 anos, iniciei o ministério pastoral. Ao comentar a preocupação com um professor do Seminário, por causa da idade, me sentindo muito novo para exercer o pastorado, ele me incentivou, dizendo que eu deveria iniciar o trabalho com firmeza e convicção, e que poderia ter a certeza de que Deus abençoaria o ministério.
Faço uma observação sobre o primeiro lugar em que exerci as atividades pastorais. Era São José Pequeno, município de Pancas, bem no interior do Espírito Santo. Nesta época eu era solteiro. Inicialmente, o meio de transporte para atender as cinco congregações era um cavalo. Mais tarde, com o auxílio da IELB, a paróquia adquiriu um jipe. Os congregados tinham poucas condições financeiras, mas a participação nos cultos era muito boa. Na sede, em São José Pequeno, era raro um culto com menos de 200 pessoas, incluindo os visitantes. Quase todos iam a pé, e alguns a cavalo ou de charrete. Somente três congregados possuíam veículo.
Depois de trabalhar por quase 46 anos em cinco diferentes paróquias, no ano de 2011 decidi me aposentar, passando a residir em Balneário Camboriú, SC. Entretanto, logo em seguida fui convidado a auxiliar com cultos e, mais adiante, iniciar e ensaiar o coral da congregação em Itajaí. Também fui convidado a oficiar cultos em Florianópolis (Congregação Paz), Imbituba e Garopaba. Em Itajaí atuei até janeiro de 2021.
Em 2015, 2016 e 2022 tive câncer, mas Deus, por sua graça, concedeu-me a cura através da medicina e, eu estou certo, também pelas muitas orações que foram feitas.
Sou muito grato por Deus ter me providenciado uma esposa fiel e dedicada, que sempre esteve ao meu lado e da família em todos os momentos, tanto na vida conjugal e familiar, bem como nas atividades nas congregações. O Senhor nos concedeu quatro filhos maravilhosos, 9 netos e uma bisneta, além de uma nora (Fabrízia) e três genros (Ezequiel, Marcelo e Francisco).
A Deus, a profunda gratidão deste seu servo por todos os benefícios, tanto espirituais como materiais, dizendo com o salmista Davi (Sl 103.1,2): “Bendiga, minha alma, o Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendiga, minha alma, o Senhor, e não se esqueça de nem um só de seus benefícios”. A Deus, o Senhor, toda a honra e glória. (Fermino Bündchen)
Pastor Fermino Bündchen
Nascimento: 27/12/1943, Getúlio Vargas, RS
Filho de Luiz Bündchen e Carolina Mundel Bündchen
Formatura: 05/12/1965
Ordenação: 23/04/1966, em São José Pequeno, Pancas ES
Casamento:09/01/1971, em Ponta Grossa/PR
Esposa: Célia Marize Bündchen, nascida em 19/08/1953
Filha de Hildebrando G. Hilgemberg e de Rose Marie Costa Hilgemberg
Filhos: Adriane Leandra, Éber Marcelo, Daiana Cristine e Priscila Lidiane
Locais que serviu
Três Passos, RS – Cristo Vive – Estágio (1964)
Candelária, RS – Cristo (1964)
São José Pequeno, Pancas, ES – São Lucas (1966-1969)
Ivaí, PR – São Paulo – Bom Jardim do Sul (1969-1973)
Três Passos, RS – Cristo Vive (1973-1983)
Joaçaba, SC – Santíssima Trindade (1983-1997)
Cruz Alta, RS – Cruz (1997-2011)
Emérito desde 30/07/2011
Mora em Balneário Camboriú, SC. É membro na Congregação Esperança.
NOTA DO REDATOR:
Após a publicação de 30 edições do espaço EMÉRITOS, sob a coordenação do pastor Carlos Walter Winterle, a quem muito agradecemos, vamos parar por algum tempo para reavaliar o projeto. Aguardem!
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